Algumas reflexões sobre valores, comportamentos e projeto para pessoas com deficiências funcionais

Não é muito do meu feitio, mas achei que seria importante postar algumas reflexões que fiz sobre algumas questões que permeiam meu cotidiano de aulas e que, de certa forma, foram objeto de entrevista de um jornalista, (cujo trabalho respeito e admiro muitíssimo) que escreve sobre o universo de pessoas com deficiências.

Logo “de cara”, ele afirmava que as pessoas estão “acostumadas” a determinadas arquiteturas sem pensar nas pessoas com deficiências que, por sua vez, passam despercebidas na sociedade. Logo depois, pedia para que eu discorresse sobre o assunto.

Homem Vitruviano (Leonardo da Vinci)

Não vou negar: empaquei na hora.

Como assim, estão “acostumadas”? Como assim, “despercebidas” por nós? Arquitetos? Desde quando?

Com o objetivo de responder de forma o “mais soft possível”, decidir “ir a fundo” no significado da palavrinha “acostumadas”. Isso significa que fui, de forma breve, contextualizar valores sociais vinculados às ações e comportamentos para com as pessoas que apresentam algum tipo de deficiência funcional.

Deixo aqui, parte do material que pesquisei. É uma forma de me colocar sobre o assunto e expor aos meus alunos o que penso.

Contextualização das questões

Antes de qualquer coisa, é importante lembrar que cada pessoa é reflexo do mundo onde se encontra. Materializamos em nossos pensamentos, em nosso jeito de ser, decisões, atitudes e comportamentos que refletem os valores inerentes ao local e à época em que vivemos. Podemos até não concordar, mas aprendemos a ser humanos junto com outros humanos.

A despeito do caráter ou do livre arbítrio, nossas decisões são pautadas pelas tradições e valores morais, intelectuais e até espirituais dos grupos dos quais fazemos parte. Se algo não está no nosso foco de atenção ou não é prioridade, ou não é, provavelmente, um problema direto que nos afete: isso quer dizer que não será sequer notado, pois não tem significado palpável, concreto nem para o indivíduo e nem para o grupo social predominante.

Somos sensibilizados apenas por aquilo que somos capazes de compreender como problema. Estamos imersos numa cultura, num contexto social.

Neste momento, faço uma nova pergunta: quando foi que a acessibilidade para pessoas com distintas características físicas (alta e baixa estatura, com obesidade mórbida ou anorexia, grávidas ou idosos) e também com deficiências funcionais ou estruturais do corpo (aquelas que limitam ou ainda restringem o desenvolvimento de atividades e a participação da pessoa) transformou-se em pauta que permeia as discussões contemporâneas brasileiras e mundiais? Porque isso aconteceu?

O final do século XX foi palco de um conjunto de ações sociais que levaram a mudanças de paradigmas e por conseqüência, revisão de várias posturas, conceitos e ideologias em especial ao que diz respeito às premissas do desenvolvimento:

Mudança na maneira de pensar sobre o desenvolvimento: economista e planejadores de desenvolvimento acreditavam que o crescimento econômico seria o princípio para a erradicação da pobreza mundial.

Primeiro porque com o crescimento das forças de mercado, haveria geração de empregos, salários, consumo, entre outros e a riqueza se distribuiria inevitavelmente.

Segundo porque os Estados, com maior arrecadação, iriam concentrar seus esforços no atendimento das necessidades básicas dos pobres ampliando seus benefícios;

Terceiro porque acreditava-se que o destino dos pobres não deveria ser a preocupação principal de mercado e governos pois, com o acúmulo do capital, e construção de infraestruturas associados à capacidade produtiva do mercado ocorreria naturalmente uma melhoria posterior na situação dos pobres.

O modelo do capitalismo pautado na eficiência, eficácia e geração de lucros não se mostrou suficiente para responder às desigualdades sociais. A revisão do modelo de desenvolvimento ocorre ao longo da década de 80.

O desenvolvimento deixa de ser um fim em si mesmo e passa a ser medido a partir do ser humano. Surge o conceito de desenvolvimento humano cujo enfoque pautava-se na melhoria das condições humanas.

A década de 90 presenciou a publicação do Relatório do Desenvolvimento Humano do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas. O desenvolvimento humano foi definido como um processo de ampliação das escolhas humanas, não limitado apenas a diferentes tipos de produtos como utensílios domésticos, roupas, etc., mas a escolhas mais importantes, tais como de empregos, educação e lazer.

O desenvolvimento humano tem por princípio a formação das potencialidades humanas, tais como saúde, conhecimento e habilidades, e o uso destas potencialidades pelas pessoas por meio de suas habilidades e vontades aplicadas em atividades políticas, sociais ou de lazer como exemplos. Questões associadas aos direitos civis, políticos e equidade, permeiam todos esses fatores. Para que o desenvolvimento humano possa ocorrer é preciso associar fatores tais como crescimento econômico, desenvolvimento de recursos humanos, direitos humanos, paz e segurança além de sustentabilidade.

– A partir da nova premissa, o Desenvolvimento Humano cria a demanda por equidade, ou ainda, a busca por justiça e igualdade a partir de critérios que levam em conta os valores morais vigentes, o regime político e os princípios gerais do Direito de cada país.

– A disseminação da informação, agora mais rápida e abrangente, facilitou a disseminação de conteúdos globais no âmbito dos direitos humanos e cidadania.

– A maior mudança social ainda na década de 80 foi a revisão do conceito de cidadania que passa a reivindicar não apenas o direito á habitação, saúde, trabalho, lazer, etc., como também direitos políticos e o direito da autorrealização, incluindo nos debates contemporâneos questões ligadas aos direitos sociais.

– Mudaram também os agentes sociais. Se até pouco tempo as decisões públicas e de cidadania eram tomadas pelos governos e Estados, verdadeiros monopólios, hoje essas mesmas decisões são compartilhadas com novos agentes oriundos do terceiro setor (sociedade civil organizada) a partir de um exercício coletivo, disperso, fragmentado com ideais muitas vezes difíceis de serem alcançados. Trata-se de uma construção social ampla, cuja necessidade do diálogo, da tolerância, do respeito às diferenças tornam-se mais imperativas, buscando mitigar possíveis efeitos adversos a determinados grupos, mas com soluções cada vez mais consensuais e democráticas.

A pessoa com deficiência: uma contextualização necessária das problemáticas que envolvem o tema

É nesse contexto, na busca pela autorrealização e também dos direitos políticos, civis, é que se expressam as várias minorias não atendidas em suas necessidades nem pelos Governos e Estados (primeiro setor) e nem pelos mercados (serviços, comércios, indústrias, agriculturas, etc.): surgem como novos agentes sociais, as pessoas com deficiência que, organizados em ONGs, institutos, fundações, etc., buscam a equidade lutando por seus direitos civis e sociais.

Ações pontuais para atendimento das pessoas com deficiência sempre ocorreram de forma fragmentada até praticamente o final do século XX. As décadas de 70 e 80 presenciaram a mudança no entendimento social e no tratamento das pessoas com deficiência. Num primeiro momento, a sociedade associava os conceitos de deficiência e doença como se fossem sinônimos.

A própria OMS – Organização Mundial da Saúde, com o objetivo de conhecer mais sobre as conseqüências das doenças publicou em meados da década de 70 a Classificação Internacional de Deficiências,Incapacidades e Desvantagens (CIDID), título este que carrega uma conotação negativa. Paralelamente a esta fase, a visão assistencialista de conotação religiosa gerava sentimentos os mais diversos nas pessoas: as ações vinculadas à caridade eram alimentadas predominantemente pelos sentimentos de piedade e dó.

Mais recentemente, a OMS revisou vários dos conceitos da CID substituindo-a pela CIF – Classificação Internacional de Funcionalidade. Nela, a incapacidade e a deficiência são avaliadas a partir do contexto ambiental onde as pessoas vivem. Significa que um local de vida pode, a partir das suas características físicas, por exemplo, impor limitações ou restrições a usuários com algum tipo de deficiência estrutural ou funcional do corpo interferindo na qualidade de vida e no relacionamento social do indivíduo. Arquitetura deficiente, como diria minha querida Thais Frota.

Questões e problemáticas vinculadas à pessoa com deficiência passaram a incorporar a agenda de discussões sociais há poucas décadas, embora ações pontuais tivessem permeado todo o século XX tanto no Brasil como no mundo. De maneira mais sistemática e no bojo de reivindicações por uma cidadania mais ampla para além do atendimento das necessidades básicas, vários grupos sociais não atendidos pelas políticas públicas dos Governos e do mercado, fizeram-se agentes de sua própria mudança buscando a equidade, lutando por seus direitos civis e sociais.

Muito se fala da falta de “sensibilidade” dos diversos segmentos sociais para as causas que envolvem pessoas com deficiência. Causas mais do que justas e cujo atendimento é premente, pois afetam diretamente a autorrealização, o desenvolvimento de atividades cotidianas de vida e a participação social do indivíduo.

Mudanças de comportamentos sociais, de atitudes e mentalidades construídas culturalmente ao longo de várias gerações, demandam educação e, portanto, tempo para sua compreensão, assimilação e conseqüente geração de mudanças.

A inclusão hoje encontra-se no âmbito dos direitos civis e da cidadania. Com a revisão do conceito pela OMS (Organização Mundial da Saúde), a deficiência sai da Classificação Internacional de Deficiências,Incapacidades e Desvantagens e vai para a Classificação Internacional de Funcionalidade. Nessa nova classificação, a incapacidade e a deficiência são avaliadas a partir do contexto ambiental onde as pessoas vivem. Significa que um local de vida pode, a partir das suas características físicas, por exemplo, impor limitações ou restrições a usuários com algum tipo de deficiência estrutural ou funcional do corpo interferindo na qualidade de vida e no relacionamento social do indivíduo.

Todo este quadro aponta para a necessidade de adaptação mas abrangente.

Se Governos, mercados e sociedade precisam de tempo para assimilação dos direitos civis e políticos da pessoa com deficiência, nossas arquiteturas também precisam de tempo (edificações e espaços anteriormente construídos) para passar por adaptações para novas e tão necessárias demandas dos novos agentes, cidadãos conscientes de seus direitos sociais.

O espaço físico é apenas um dos ítens que deve ser tratado, como exposto anteriormente.

Apesar do senso comum contemporâneo apontar arquitetos e demais profissionais da construção civil como vilões da acessibilidade, podemos afirmar que que a responsabilidade pelo situação que hoje encontramos encontra-se compatilhada em diversos agentes e setores.

Todos os projetos para edificações, atendem obrigatoriamente a normas, códigos e legislações edilícias, padrões de ocupação e construção previstos em legislações urbanístcas, normas de segurança contra incêndios, além de responder conceitual e espacialmente à demanda do contratante seja ele instituição pública ou privada das épocas em que foram projetados e construídos. Projetamos sonhos, é bem verdade.

Arquiteturas belíssimas… mas sem o atendimento às leis , normas e códigos nenhuma edificação tem a autorização de funcionamento chancelada pela fiscalização pública responsável.

Isso precisa ser dito.

 

Revista Casa: Projeto & Estilo – Loft acessível

O estudo da teoria, dos princípios e métodos de projeto associados ao entendimento das interações entre seres humanos ao meio em que vivem e que visam otimizar o bem-estar humano e o seu desempenho de toda a gama de ações nas distintas atividades da vida sempre foi princípio de projeto para todos os profissionais envolvidos com criação, produção e projeto em especial, arquitetos e designers. Projetamos para atender as necessidades de desenvolvimento do ser humano contribuindo para a construção de objetos e lugares compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas viando à eficiência, eficácia e satisfação. Acessibilidade, portanto foi, é e sempre será premissa de projeto. Os cursos de graduação nestas áreas constroem seus projetos político-pedagógicos a partir das diretrizes curriculares nacionais que estão inseridas em políticas públicas educacionais de âmbito federal (MEC).  Os conteúdos vinculados à velha ergonomia são obrigatórios e encontram-se distribuídos em disciplinas de projeto da edificação, urbanismo, paisagismo, tecnologias e desgin entre outros. A grande novidade encontra-se na lufada de ar fresco que proporciona a revista Casa: Projeto & Estilo sobre o debate da equidade no acesso às condições de auto-realização por meio da liberdade que ambientes confortavelmente construídos podem proporcionar aos usuários com ou sem deficiências. Considero uma atitude corajosa e também pioneira. Corajosa por abrir espaço para a apresentação de projetos acessíveis em um mercado editorial onde o belo associado ao inatingível mundo da perfeição impera. Para além do desenho universal que atende pessoas como eu e você leitor, a revista insere em suas páginas espaços que incorporam tecnologias assistivas que proporcionam ou ainda ampliam habilidades funcionais de clientes com deficiências distintas colaborando na viabilização de demandas comumente solicitadas em ambientes domésticos e sociais com estilo, elegância e conforto. Por fim pioneira, pois pretende ampliar a discussão ouvindo o que tem a dizer por meio de projetos nossos jovens e futuros profissionais. Oxalá a atitude da Ciranda Cultural Editora se amplie, espalhe e frutifique país afora disseminando boas práticas de projeto! Parabéns!

Alunas:

Camila Bueno de Freitas (camilabuenodesign@gmail.com)
Carolina Aratani (carolinaaratani@gmail.com)
Leticia Herbas (leticia.herbas@hotmail.com)
Tamiris Herculano Godoy (tamirisherculanogodoy@gmail.com)

Professor: Drª Helena Degreas
Disciplina: Acessibilidade Universal
Curso: Design de Interiores
Centro Universitário FIAMFAAM

O Cliente

Diretor comercial de uma multinacional com sede na França, nosso cliente divide seu tempo entre reuniões de negócios, viagens e a administração de duas residências: uma em São Paulo e outra em Paris. Com cerca de trinta e poucos anos, é solteiro, financeiramente estável e divide o escasso tempo ocioso que tem de duas formas: na companhia de colegas de trabalho que, na condição de enólogos amadores como ele, apreciam um bom vinho e, também, jogando voleibol, esporte que praticou no final da adolescência representando o Brasil nas paraolimpíadas como paraplégico.

O Conceito

O projeto foi idealizado com o objetivo de viabilizar com eficiência e eficácia a realização das tarefas cotidianas de um ambiente doméstico atendendo às especificidades de um cliente com habilidades funcionais motoras reduzidas, associando autonomia no acesso aos espaços, conforto no uso dos mobiliários, facilidade de manutenção e estética compatível com o repertório sóbrio, elegante e cosmopolita do cliente.

A arquitetura

O loft não precisou sofrer alterações drásticas, pois apenas a área do banheiro apresentava paredes. Fluidez, integração física e visual marcaram a concepção dos ambientes propostos. Foram estudados e descritos todos os movimentos e atividades que serão realizados pelo cliente em cada um dos espaços previstos. Em paralelo, os acessos, a circulação, as manobras, as áreas de estacionamento e a formas de transferência da cadeira de rodas para os mobiliários tais como camas, cadeiras, poltronas e sofás foram analisados gerando áreas com as dimensões adequadas ao uso do cliente com conforto.

Ambientes propostos para o loft

Cozinha

Prática e funcional, a cozinha foi divida em setores. O projeto priorizou as manobras e o acesso às áreas previstas, a forma mais adequada de aproximação da cadeira para a realização de cada atividade e as alturas dos equipamentos, gaveteiros e bancadas de apoio. A área de circulação interna da cozinha permite um giro de 360º (garantido por largura e comprimento superior a 1,50 m), viabilizando manobras sem deslocamento. O uso da pia, da bancada de preparo, do fogão com micro-ondas e o acionamento da elegante coifa de parede foram previstos com aproximação frontal, portanto, livre de barreiras e encontram-se a 0,85 m do chão. Ao lado da pia, garantindo alcance manual frontal, foi colocada uma torneira em arco flexível e ducha spray facilitando os movimentos quando da lavagem de utensílios e alimentos. O sifão da pia, articulado e flexível, foi posicionado junto à parede com o objetivo de evitar o contato com a cadeira e as pernas. Em frente ao cooktop elétrico com mesa vitrocerâmica em cor preta que encontra-se sobre a bancada, está posicionada a coifa de parede em aço inox. Os dois apresentam tecnologia touch que facilita o manuseio e permitem alcance manual frontal de 0,50 m. No setor de estoque a 0,40 m do chão, foi colocado um gaveteiro refrigerado em aço inox e um armário com abertura frontal de correr para a guarda de alimentos secos cuja aproximação é lateral. Sobre os dois e, a 1, 15 de altura, fica uma bancada que além de dar acabamento adequado aos equipamentos embutidos, serve de apoio para objetos diversos de decoração ou ainda para cafeteira elétrica, processadores de alimentos, entre outros. Do lado oposto, a bancada tem utilidade dos dois lados: na parte interna à cozinha e com aproximação lateral (profundidade de alcance manual lateral de 0,40 m) foram embutidos a máquina de lavar louças e um gaveteiro para a guarda de utensílios e talheres cujo fundo está a 0,40 m do chão e altura de 0,85 m. Do lado da sala, a bancada em vidro serve de apoio às refeições e tem espaço para duas poltrona giratórias e uma cadeira de rodas com aproximação frontal e alcance manual com profundidade de 0,50 m. Tomadas de chão encontram-se posicionadas a 0,60m de altura e tomadas de pia encontram-se a 1.10 m de altura.

Banheiro

O acesso se dá por uma porta de 0.90 m de vão. A área do banheiro permite um giro de 360º viabilizando manobras sem deslocamento e acesso aos ambientes propostos. A pia foi projetada prevendo uma cuba fixa com altura de 0,85 m. A torneira inclinada em aço inox tem design contemporâneo e parece uma escultura. Seus misturadores foram colocados em frente à bancada do lado direito (o cliente é destro) facilitando o manuseio. O sifão articulado é flexível e está posicionado junto à parede permitindo aproximação frontal com segurança. Em frente e inclinado a 10º, foi posicionado um espelho que toma toda a parede permitindo a visão do usuário em sua totalidade. De um dos lados e, com aproximação lateral para transferência e previsão de área de estacionamento da cadeira de rodas, encontra-se o box onde foi embutido um chuveiro quadrado com luz e fixada na parede uma cadeira de banho com braços móveis. Do lado oposto, foi colocada uma banheira com hidromassagem. A aproximação é lateral e a transferência é viabilizada pela altura do assento e pela porta deslizante (sobe e desce) que permite entrada e saída com facilidade. Os misturadores estão próximos à parede e com alcance manual lateral distante cerca de 0,20 m. O vaso sanitário suspenso a 0.46 m tem altura igualada à da cadeira de rodas e em sua lateral tem um braço móvel. Na outra bancada da pia, foi prevista aproximação lateral pois sob esse espaço, foi colocada uma máquina de lavar e secar roupas compacta cuja abertura é frontal. Ao seu lado, um gaveteiro para a guarda de roupas usadas.

Dormitório e Closet

O conceito de loft permeou todo o projeto, resultando na integração do dormitório à área do closet facilitando a circulação e as manobras realizadas para o deslocamento da cadeira de rodas. Os dois espaços vazios posicionados ao lado da cama motorizada viabilizam o posicionamento lateral da cadeira de rodas e a transferência. Ajustes de tensão, controle individual das posições e massageador proporcionam relaxamento ao morador quando estiver sentado, recostado ou mesmo deitado. Luminárias com foco dirigido ao lado da cama foram alocadas atendendo aos alcances manuais laterais do cliente. Cama e cadeira apresentam a mesma altura gerando conforto e segurança na transferência. Em frente à cama, um painel drywall foi posicionado. No centro e numa altura adequada ao alcance visual do usuário posicionado sobre a cama, foi colocado um aparelho de TV LED de 55” fixado em painel giratório que atende aos dois ambientes; quarto e sala. Com o objetivo de gerar praticidade e conforto para o manuseio de objetos, roupas e acessórios, os armários do closet tem os gaveteiros e demais componentes com alturas variáveis entre 0,40 m e 1,40 m e previsão de aproximação lateral. O espelho do teto ao chão foi colocado com porta única de correr no closet. Iluminação embutida nos armários facilita na visualização interna. A profundidade dos armários é de 0,60 m. Para viabilizar o alcance manual lateral do usuário ( que é de 0,43 m), as prateleiras são deslizantes permitindo acesso inclusive às áreas mais profundas. Os cabideiros são basculantes e mesmo instalados em pontos mais altos, são acessados pelo varão que, mais longo, é puxado para baixo permitindo a descida por inteiro. Com o objetivo de viabilizar a troca de roupas fora da cadeira de rodas, foi colocado um recamier com apenas um encosto lateral.

Sala

As circulações entre a cozinha e a sala são largas, livres de fios, objetos e os móveis apresentam cantos arredondados. Com o objetivo de dar um toque mais acolhedor ao ambiente da sala de estar, o piso de madeira corrida recebeu um recorte que serviu para embutir e fixar um tapete evitando com isso desníveis que poderiam causar acidentes durante a circulação e manobras da cadeira de rodas. Os sofás e as cadeiras Swan que ficam em frente à bancada de refeições tem altura de 0,46 m e atendem tanto à bancada de refeições quanto a sala permitindo integração maior entre os amigos apreciadores de bons vinhos. Em frente à área de estar, encontra-se um aparador com acabamento em laca branca e detalhes em pastilhas de côco resinado com 0,90 m, altura suficiente para encaixar uma adega climatizada que comporta 40 garrafas. Ao lado, dois puffs com acabamento em couro ecológico e pés de madeira embuia na cor branca completam o ambiente.

Varanda

Os módulos que compõem o ambiente de estar na varanda tem espuma de alta densidade e altura nivelada à cadeira de rodas. A aproximação para transferência é lateral e poderá ocorrer a partir do estacionamento da cadeira de rodas ao lado dos sofas. O acesso para a pia e para o setor de apoio para preparo e limpeza de alimentos será frontal. Quanto à área de gaveteiros e uso da churrasqueira, o acesso da cadeira de rodas será lateral.

 

Espaço Universitário (Casa: Projeto & Estilo 17): projeto de um lavabo para deficiente motor

A proposta apresentada para a revista Casa: Projeto & Estilo foi idealizada como parte da disciplina Acessibilidade Universal ministrada por mim para o curso de Design de Interiores do Centro Universitário FIAMFAAM em dezembro de 2011. A disciplina tem por objetivo discutir conceitos diversos que abordam desde assuntos vinculados aos Direitos Humanos, dignidade, inclusão, deficiência, habilidades funcionais (entre outros) associando-os ao desenho universal e também às tecnologias assistivas  que viabilizam a realização das atividades (sociais, de trabalho e familiares) cotidianas da pessoa com deficiência. A inclusão se dá, para este caso, por meio do projeto e do uso de tecnologias assistivas que atendem ao uso de uma pessoa com habilidades funcionais motoras prejudicadas.

A reforma da residência previa a readequação de circulações, acessos e ambientes para atender ao cliente dependente de cadeira de rodas para locomoção. O espaço do lavabo foi desenvolvido a partir da análise detalhada de todas as manobras da cadeira de rodas e também dos movimentos do cliente para uso do local com independência. Num segundo momento, a linguagem do projeto adotada em todos os ambientes da casa foi utilizada também no lavabo. À seleção do conceito, cores, matérias e texturas foi incorporado um conjunto de revestimentos, peças sanitárias, iluminação dentre outros que encontram-se melhor detalhadas na Ficha Técnica.

O Conceito

Lavabo para um casal contemporâneo

O lavabo que será utilizado por todos os membros da casa e convidados, ganhou além da segurança proporcionada pelos materiais, acabamentos nobres e elegantes que mantém o estilo contemporâneo adotado para a casa. Os proprietários são um jovem casal (ele escritor paraplégico após um acidente e ela designer) com dois filhos que adoram receber convidados para jantares e finais de semana.  Para adequar o espaço a um deficiente motor, o lavabo passou por reformas que ampliaram largura e comprimento do local permitindo o giro completo e confortável de uma cadeira de rodas (1.50m/raio) viabilizado pela manobra sem deslocamento. Ao acabamento em laminado de madeira branca (com frisos) do rodapé contrapõem-se às placas de porcelanato cinza antiderrapante do piso e combina com a tonalidade clara da cuba especialmente esculpida em pedra Limestone. O sifão articulado e flexível sob a pia associado ao misturador monocomando facilitam o uso do escritor. O espelho inclinado a 10 graus da parede permite acesso visual pleno a quem se encontra em pé ou sentado. O vaso sanitário que se encontra a 0.46cm de altura atende confortavelmente a todos incluindo a transferência da cadeira de rodas para o sanitário. Nas laterais, foi incorporado um sistema de barras com regulagem de altura e posição conferindo segurança aos usuários. A lixeira é automática e está localizada entre a bancada e o vaso assegurando a aproximação lateral da cadeira pelo outro lado. A papeleira foi colocada a uma altura compatível ao alcance manual lateral respeitando relação entre altura e profundidade para quem estiver sentado. A válvula de descarga sofreu uma adaptação que permite uso diferenciado. O toque de elegância se dá pelo revestimento de papel em estilo floral com detalhes metalizados que ficam mais evidentes coma iluminação diferenciada dada pela alternância dos spots que encontram-se no forro com as arandelas que estão ao lado do grande espelho e evitam o ofuscamento.


Alunos: Alessandra França e Rodrigo Colombo

Ficha Técnica

Acabamento para válvula de descarga Pressmatic Benefit Chrome
Fornecedor: Docol

Barra de apoio de 80 cm
Fornecedor:Docol

Misturador monocomando para lavatório mesa Nexus
Fornecedor: Docol

Papeleira linha Polaris chrome
Fornecedor: Docol

Lixeira automática – inox
Fornecedor: Assentos sanitários & acessibilidade

Bacia convencional LK suspensa
Assento poliéster AP 230 Fornecedor: Deca

Ligação Flexível
Fornecedor: Deca

Sifão articulado
Fornecedor: Deca

Papel de parede coleção Tuxedo
(PG 7 – SW29194) Fornecedor: Bucalo

Papel de parede  coleção Jeff Banks Design
Fornecedor: Bucalo

Bancada de Limestone pedra Blanca com cuba esculpida
Fornecedor: Marmotec

Piso: Spazio Grigio AP – Porcelanato anti derrapante
Fornecedor: Biancogres

Sistema de barras de parede com ajuste horizontal e vertical
Fornecedor: Arco sinalização universal

Porta padrão lisa  e Puxador tubular em inox
Fornecedor: Portello

Luminária embutida orientavel focus
Fornecedor: Lumini

Arandela mini tab 
Fornecedor: Lumini

Rodapé em MDF primer branco com 2 frisos
Fornecedor: Madelânima

Tinta acrílica branco neve
Fornecedor: Suvinil

Proposta: Projeto de acessibilidade para o campus Vila Mariana I (FIAMFAAM)

Proposta: Projeto de acessibilidade para o campus Vila Mariana I (FIAMFAAM)
Cliente: FIAMFAAM
Aluno: Maria Izabel Bonfietti
Tutor: Drª Helena Degreas
Levantamento e diagnóstico
Projeto completo

Acessibilidade Universal: programa da disciplina

 

EMENTA

Estudo das questões projetuais da acessibilidade às edificações considerando os aspectos relacionados às pessoas portadoras de deficiência.

OBJETIVOS DA DISCIPLINA

Aprimorar o entendimento da influência das decisões arquitetônicas na acessibilidade e segurança de uso das edificações. Além disso, são aprofundados os conhecimentos sobre instrumentos que podem ser empregados para proporcionar melhores condições de acessibilidade resultando num projeto arquitetônico de qualidade e que atenda plenamente às necessidades do usuário final.
Melhorar a formação dos profissionais no conhecimento sobre acessibilidade, da situação do espaço construído em relação a sua adaptação às exigências da sociedade, das possibilidades de se obter maior desfrute dos espaços.
Planejamento e a adequação do ambiente urbano e dos sistemas de deslocamento sobre a cidade.
Estudar a Legislação relacionada ao tema.


CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Conceito de desenho universal.
Sociedade inclusiva
Cidade Acessível
Espaços acessíveis que atendam aos princípios do desenho universal.
Variedade de necessidades dos usuários, autonomia e independência.
Ambiente construído: a adequação e adaptabilidade da estrutura, das instalações.
Mobiliário e equipamentos adaptados
Garantias Legais de Acessibilidade

METODOLOGIA DE ENSINO

Palestras, aulas teóricas e exercícios práticos.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

Os alunos serão avaliados pela participação em aula, no desenvolvimento dos exercícios e seminários propostos, e realização da prova. A freqüência será aferida pela lista de presença.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

ABNT-Associação brasileira de normas Técnicas. NBR9050:Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Disponível em: http://www.mpdft.gov.br/sicorde/NBR9050-31052004.pdf Acesso em: 29.07.2011

CAMBIAGHI, Silvia. Desenho Universal: métodos e técnicas para arquitetos e urbanistas. São Paulo: SENAC, 2008.

MATARAZZO, Claudia. Vai encarar? : a nação quase invisível de pessoas com deficiência. São Paulo: Melhoramentos, 2009.

PRADO, Adriana R. De Almeida. Desenho Universal – Caminhos da Acessibilidade no Brasil, São Paulo: Annablume, 2010.

Livro Mobilidade Acessível na Cidade de São Paulo PDF.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

GOLDSMITH, Selwyn. Design for the disabled. New York: McGraww-Hill Book, 1990.

PREISER, Wolfgang F.E.; OSTROFF, Eliane (editors). Universal Design Handbook. New

York: Mc. Graw Hill, 2001.

ENDEREÇOS ELETRÔNICOS

Biblioteca com diversos arquivos em PDF: Disponível em: http://www.desenhouniversal.com
acesso em 04.05.09 as 21:30:20

Guia de acessibilidade nas edificações. Disponível em: http://www.crea-mg.org.br/imgs/cart_aces_edificacoes.pdf
acesso em 04.05.09 as 22:20:30

Guia de acessibilidade urbana: Disponível em: http://www.crea-mg.org.br/imgs/cart_aces_urbana.pdf
acesso em 04.05.09 as 20:25:20

http://www.usp.br/fau/cursos/graduacao/arq_urbanismo/disciplinas/aut0217/Mobiliario_Urbano_Antropometria.pdf
acesso em 04.05.09 as 24:32:25

http://helenadegreas.com.br Acesso em 07.01. 2010 as 11:11:28 e http://helenadegreas.wodpress.com

http://derrubandobarreirasacessoparatodos.blogspot.com/ Acesso em 04.01.2010 as 11:12:35

Projetos de ex-alunos

 

Desenho Universal: projeto para um apartamento acessível (turma 2º/2010)

Estudo das questões projetuais da acessibilidade às edificações considerando os aspectos relacionados às pessoas portadoras de deficiência.

OBJETIVOS DA DISCIPLINA

Aprimorar o entendimento da influência das decisões arquitetônicas na acessibilidade e segurança de uso das edificações. Além disso, são aprofundados os conhecimentos sobre instrumentos que podem ser empregados para proporcionar melhores condições de acessibilidade resultando num projeto arquitetônico de qualidade e que atenda plenamente às necessidades do usuário final.
Melhorar a formação dos profissionais no conhecimento sobre acessibilidade, da situação do espaço construído em relação a sua adaptação às exigências da sociedade, das possibilidades de se obter maior desfrute dos espaços.
Planejamento e a adequação do ambiente urbano e dos sistemas de deslocamento sobre a cidade.
Estudar a Legislação relacionada ao tema.


CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Conceito de desenho universal; Sociedade inclusiva; Cidade Acessível; Espaços acessíveis que atendam aos princípios do desenho universal; Variedade de necessidades dos usuários, autonomia e independência; Ambiente construído: a adequação e adaptabilidade da estrutura, das instalações; Mobiliário e equipamentos adaptados; Garantias Legais de Acessibilidade.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

CAMBIAGHI, Silvia. Desenho Universal: métodos e técnicas para arquitetos e urbanistas. São Paulo: SENAC, 2008.
MATARAZZO, Claudia. Vai encarar? : a nação quase invisível de pessoas com deficiência. São Paulo: Melhoramentos, 2009.
NBR 9050. Acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências a edificação, espaço, mobiliário e equipamento urbanos.
SÃO PAULO (Cidade) Secretaria da Habitação e Desenvolvimento Urbano. Comissão Permanente de Acessibilidade. Guia de acessibilidade em edificações. São Paulo: CPA, 2002.
Normas Técnicas.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

GOLDSMITH, Selwyn. Design for the disabled. New York: McGraww-Hill Book, 1990.
PREISER, Wolfgang F.E.; OSTROFF, Eliane (editors). Universal Design Handbook. New York: Mc. Graw Hill, 2001.

ENDEREÇOS ELETRÔNICOS

Biblioteca com diversos arquivos em PDF: Disponível em: http://www.desenhouniversal.com
acesso em 04.05.09 as 21:30:20
Guia de acessibilidade nas edificações. Disponível em: http://www.crea-mg.org.br/imgs/cart_aces_edificacoes.pdf
acesso em 04.05.09 as 22:20:30
Guia de acessibilidade urbana: Disponível em: http://www.crea-mg.org.br/imgs/cart_aces_urbana.pdf
acesso em 04.05.09 as 20:25:20
http://www.usp.br/fau/cursos/graduacao/arq_urbanismo/disciplinas/aut0217/Mobiliario_Urbano_Antropometria.pdf
acesso em 04.05.09 as 24:32:25
http://helenadegreas.com.br
Acesso em 07.01. 2010 as 11:11:28
http://derrubandobarreirasacessoparatodos.blogspot.com/
Acesso em 04.01.2010 as 11:12:35

O Exercício
Desenvolver o layout de um apartamento para um casal com dois filhos pequenos gêmeos. A mãe é jornalista e o pai advogado paraplégico. O casal gosta de receber amigos e familiares com bastante frequência. A cozinha deve ser acessível para o advogado que gosta de elaborar pratos e lanches para sua mulher e filhos.

Os Trabalhos

Danielle Almeida e Marina Corain

Projeto Completo


Leandro Oliveira
Projeto Completo
Camila Gomes e Bruna de Oliveira

planta: layout
planta baixa do closet (senhor)
planta baixa do BANHEIRO (senhor)
PERSPECTIVAS dos ambientes projetados

 

Amanda Harzheim e Anna Amélia Ribeiro

pesquisa e perspectivas
planta baixa layout

 

Marcelo Góes e Marcela Stripelkis

 

 

planta baixa
pesquisa e perspectivas

 

Danielle Souza e Karina Isikawa

Banheiro do Casal (com deficiência) – Mostra D&D

Este post tem por objetivo colaborar no trabalho de pesquisa dos alunos da disciplina  de Acessibilidade que hoje ministro no curso de Design de Interiores do Centro Universitário FIAM-FAAM.

Reiterando, o conceito não deve ser associado a pessoas com deficiência, com mobilidade reduzida ou ainda com alguma necessidade especial temporária apenas.  Todos os nossos clientes tem direito de usufruir de ambientes acessíveis e principalmente usáveis.

Por isso decidi falar sobre a Mostra D&D Casa e Corporativo que aconteceu em junho e julho de 2010. Alguns dos ambientes criados foram projetados por designers, decoradores e arquitetos para pessoas com deficiência mas posso afirmar que grande parte dos espaços resultantes atendem aos princípios do Desenho Universal.

Este é o segundo post da mostra. Para acessar o primeiro – Dormitório para um casal de idosos, clique aqui.

Banheiro do Casal

Banheiro Casa Acessível D&D

No banheiro do casal, o arquiteto  Robson Gonzales utilizou um lavatório suspenso com ajuste elétrico de altura o que permite que pessoas de qualquer estatura, idade, deficiência ou necessidade especial possam utilizar o equipamento com conforto e segurança. O comando em forma de alavanca está localizado na parede. Peças deste tipo facilitam o manuseio de pessoas que apresentam algum tipo de deficiência funcional nos membros superiores.
Nas fotos vocês verão que os misturadores da torneira foram colocados na bancada, para facilitar o alcance e o manuseio.
Alunos, prestem atenção no Sifão! as pessoas em cadeira de rodas tem a sensibilidade das pernas prejudicada isso significa que podem machucar-se com a colocação tradicional do sifão fixo logo abaixo da pia. Na foto, você perceberá que o sifão é flexível para evitar batidas.
Verifiquem o espelho. Ele está inclinado e atende tanto uma pessoa com uma estatura menor quanto alguém que encontra-se sentado. A visão da pessoa em pé não é prejudicada. Testei e aprovei.
Cantos de todas as peças são arrendodados. Situação que considero ótima para todos pois evita hematomas…

Ficha Técnica

Aquário
Cadeira de Rodas

Cortina para box e gaveteiro
Espelho
Equipamentos (vaso, pia, banco)
Iluminação
Louça, materiais sanitários
Marcenaria: Amóbio Dutra (11 96792992)
Mármores e Granitos
Mármores e Granitos: 11 36263571
Papel de Parede
Pintura: Osmar Araújo: 11-83305257
Quadros
Rodatelo: Voni (11 98184705)
Tintas
Válvula de descarga:

Algumas dicas

 

Dimensões e alturas (armários, vaso, etc.)

Casa e Imóvel

Star Treck

startrek01_MushiComics (http://www.mushi-san.com/archives/014389.php)
startrek02_MushiComics (http://www.mushi-san.com/archives/014389.php)
startrek03_MushiComics (http://www.mushi-san.com/archives/014389.php)

Desenho Universal: tecnologias assistivas

Hoje vamos aprender um pouco mais sobre tecnologia assistiva e sua importância na vida de uma pessoa com deficiência.

Tecnologia assistiva é o nome utilizado para identificar todo o conjunto de recursos e de serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e conseqüentemente promover sua independência e inclusão colaborando na viabilização de demandas comumente solicitadas em ambientes domésticos e sociais.

Fazemos uso constante de ferramentas que foram especialmente desenvolvidas para favorecer e simplificar nossas atividades cotidianas, como os talheres, canetas, computadores, controle remoto, automóveis, telefones celulares, relógio, enfim, uma interminável lista de recursos, que já estão assimilados a nossa rotina…
http://www.assistiva.com.br/

Já vimos anteriormente que o maior ou o menor grau de independência e autonomia dos indivíduos com deficiência em suas atividades, são determinados pelo contexto ambiental onde vivem. Reiterando, está em curso uma mudança de paradigma no pensar e trabalhar as questões da deficiência e incapacidade. Essa nova reflexão constitui-se num instrumento importante para a avaliação das condições de vida e para a promoção das políticas de inclusão. Não se avaliam mais apenas as condições de saúde/doença do indivíduo; são também consideradas também o contexto do ambiente físico e social pelas diferentes percepções culturais e atitudes em relação à deficiência e pela disponibilidade de serviços e de legislação. (Classificação Internacional deFuncionalidade, Incapacidade e Saúde)

Cabe a nós profissionais das áreas de arquitetura, urbanismo, design e paisagismo, um importante papel na disseminação das boas práticas de projeto (aplicando-se os princípios do desenho universal), atendendo as demandas do maior número de pessoas com necessidades distintas.

Vamos ao trabalho. Como o texto anterior se materializa em nossos projetos? Por onde começar?

Vida diária em seu lar:
.               cuidados pessoais, auto-gerenciamento e segurança;
.               cuidados com objetos, animais, plantas;
.               cuidados com a casa e atividades típicas de manutenção e cuidados do lar;
.               preparo de refeições;
.               lavagem, secagem, guarda de roupa e acessórios.
.               circulação em todos os ambientes
.               interações com pessoas e familiares no ambiente.

DormitórioMenino por Renata Melo (desenhouniversal.com)

Atividades Ocupacionais:
.               arrumação e manutenção do local onde vive e/ou trabalha;
.               atitudes e responsabilidades perante o trabalho;
.               desenvolvimento de tarefas relacionadas ao trabalho
.               serviços e ocupações no ambiente de trabalho

Novela Viver a Vida. Unidade Universal para Informática. No ar dia 23.02.2010

Relações comunitárias:
.               utilização de serviços, tecnologias, equipamentos públicos e privados da/na comunidade;
.               participação em atividades e/ou ambientes coletivos;
.               participação em eventos e/ou na comunidade;
.               locomoção na comunidade;
.               relacionamento social com vizinhos, conhecidos e pessoas desconhecidas da comunidade.

Telefone Público metro SP por Renata Melo
MuseudoFutebol2009 Foto de Sérgio Cavalcanti (desenhouniversal.com)
Borda iluminada (desenhouniversal.com)

Links interessantes
http://desenhouniversal.com

Deficiência: definição e classificação

Introduzindo o tema…

Quando um indivíduo encontra-se em um meio físico e social estimulante, rico em possibilidades e experiências, ele cresce e se desenvolve a partir de sua interrelação com o meio integrando-se. Suas ações/reações são portanto o resultado de sua herança genética associada a fatores culturais, sociais ou ainda de suas experiências quando de seu relacionamento com o seu entorno.

Cada indivíduo como diz a palavra, é único e distinto dos demais. Tudo o que ele pode nos transmitir também é. Toda essa diversidade de ações, opiniões e possibilidades enriquece nossa existência social.

Inserido num ambiente social, num entorno (tudo aquilo que estão ao nosso redor e que nos permite interagir) o indivíduo apresenta alguns domínios que estão vinculados, de forma muito sintética, ao corpo físico, ao indivíduo e ao ser social.

E o que é um domínio?
Um domínio é um conjunto prático e significativo de funções relacionadas à fisiologia, estruturas anatômicas, ações, tarefas ou áreas da vida.

Só pessoas com deficiências podem apresentar domínios que dificultem a interação física ou social?

Não necessariamente. Lembro-me de uma situação que parecia trágica para as professoras de uma escola pública que conheci. No final, achei muita graça… Os banheiros da tal escola viviam sujos pois as crianças literalmente não “puxavam” a descarga dos vasos sanitários ao usá-los por mais explicações, broncas e castigos que recebessem das professoras. Ao entrar no banheiro, simplesmente observei a estatura das crianças e a altura da tal “cordinha” que eles deveriam “puxar”. Como estavam no ensino infantil e a altura era adequada aos alunos do ensino médio, a tal cordinha era acionada apenas por pessoas com mais de 1.50 m de altura. Resolvido o comprimento da cordinha, as crianças puderam utilizar corretamente os sanitários.

Eu mesma tenho problemas sérios para apanhar objetos em gôndolas de supermercado. Apesar de ter estatura superior à média, os produtos estocados no topo e no fundo são inacessíveis para qualquer pessoa que não leve em sua bolsa, uma escadinha portátil.

Brincadeiras à parte, todos os profissionais vinculados á área de projeto, criação e construção deveriam projetar utilizando os 7 princípios do Desenho universal (já descritos em post anterior).

Mas, e a deficiência, como pode ser entendida?

O termo deficiência pode ser entendido como todo e qualquer comprometimento que afeta a integridade da pessoa e traz prejuízos na sua locomoção, na coordenação de movimentos, na fala, na compreensão de informações, na orientação espacial ou na percepção e contato com as outras pessoas (Artigo 3o do Decreto federal nº 3.298/1999). Doravante, utilizaremos o termo pessoa com deficiência utilizado no texto da Convenção Internacional sobre os Direitos das pessoas com Deficiência. para fins de discussão e apresentação de projetos em sala de aula.

Uma nova abordagem…

Na década de 80, a OMS – Organização Mundial da Saúde desenvolveu a CIF – Classificação Internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde que tem por objetivo:

– Proporcionar uma base científica para a compreensão e o estudo dos determinantes da saúde, dos resultados e das condições relacionadas com a saúde;
– Estabelecer uma linguagem comum para a descrição da saúde e dos estados
relacionados com a saúde, para melhorar a comunicação entre diferentes utilizadores, tais como, profissionais de saúde, investigadores, políticos e decisores e o público, incluindo pessoas com incapacidades;
– Permitir a comparação de dados entre países, entre disciplinas relacionadas com os cuidados de saúde, entre serviços, e em diferentes momentos ao longo do tempo;
– Proporcionar um esquema de codificação para sistemas de informação de saúde

A CIF é uma classificação de saúde e dos estados relacionados à saúde. muito além da definição do conceito “deficiente” como algo falho, imperfeito e incompleto, a CIF define componentes de saúde e de bem-estar á ela relacionados (tais como educação e trabalho). Seus domínios são da saúde e relacionados à saúde. Ao agrupar sistematicamente diferentes domínios de uma pessoa em determinada condição de saúde, ela identifica o que uma pessoa pode ou não pode fazer. A funcionalidade dessa forma, engloba todas as funções do corpo, atividades e participação. A incapacidade é um termo que incluiu deficiências, limitação da atividade ou restrição na participação.

O que considerar no ato de projeto:

Funções e estruturas do corpo e deficiências
Definições:
As funções do corpo são as funções fisiológicas dos sistemas orgânicos (incluindo as funções psicológicas)
As estruturas do corpo são as partes anatômicas do corpo, tais como, órgãos, membros e seus componentes.
Deficiências são problemas nas funções ou na estrutura do corpo, tais como, um desvio importante ou uma perda.

Atividades e Participação/limitações da atividade e restrições na participação
Definições:
Atividade é a execução de uma tarefa ou ação por um indivíduo.
Participação é o envolvimento numa situação da vida.
Limitações da atividade são dificuldades que um indivíduo pode encontrar na execução de atividades.
Restrições na participação são problemas que um indivíduo pode experimentar no envolvimento em situações reais da vida.

Leituras recomendadas:

acessibilidade_sp
Convenção dos direitos das pessoas com deficiência
DISENOPARATODOSUnconjuntodeinstrumentos
Links interessantes:
Http://desenhouniversal.com