Campanha Calçadas do Brasil 2018

Andar pelas calçadas brasileiras não é tarefa fácil. Conceitos como “caminhabilidade” ou ainda Walkability  apontam para cidades que acolhem a presença das pessoas que nelas vivem, que passeiam, que trabalham, que fazem compras ou que apenas observam a vida urbana.  Desde  meados do século passado, nossas cidades foram se adaptando à locomoção motorizada e, a partir daí, tomando a forma mais adequada para um novo cidadão: o automóvel. Para ele, veículo-cidadão, foram criadas ruas lisinhas e que não podem ter um único buraco! Para ele, veículo-cidadão-motorizado, foram criadas sinalizações adequadas que não devem em hipótese alguma, atrapalhar seu deslocamento e velocidade!

Calçadas do Brasil
é mesmo uma calçada?

E como ficamos nós que nos locomovemos  a pé? será que algum dia seremos mais cidadãos do que o veículo-cidadão? Continuaremos a caminhar nas condições indignas oferecidas pela calçada acima e com a omissão da prefeitura? Dá para considerar o caminho que faço todos os dias, natural?  Inúmeras das cidades brasileiras que visitei com meu grupo de pesquisa (QUAPA-SEL FAUUSP) nem calçadas tem… parece incrível, mas calçada não é plataforma de governo municipal e raramente é reconhecida como parte da infraestrutura de locomoção urbana.

Agora vou mostrar do outro lado da rua:

Calçadas do Brasil
mesa para clientes, fios, cadeiras para clientes, degrau para entrar no boteco tem, mais fios, poste, fios, orelhão e mais fios tem: e passeio tem?

Vejam que interessante: a calçada foi remodelada para atender a clientela do bar. Entre as mesas e a faixa das prestadoras de serviços públicos (onde estão os postes), tem-se cerca de 0.60 cm. falta de respeito é pouco e mais: cadê a Prefeitura Regional  de Pinheiros que não toma nenhuma atitude? Será que não leram o Cartilha para Calçadas Acessíveis?

É por essa razão que decidi colaborar com a Campanha Calçadas do Brasil. Veiculada pelo Portal Mobilize, a campanha tem por objetivo avaliar as condições de caminhabilidade das calçadas brasileiras.

Campanha Calçadas do Brasil

Questões que podem avaliar a sensação de segurança do pedestre quanto à inclinação, iluminação noturna, existência de irregularidades ou obstáculos na circulação do pedestre e sinalização para travessia, faróis e demais elementos são avaliadas por esse formulário. Finalizada a avaliação, a plataforma terá uma espécie de “raio X” das condições de civilidade oferecidas pelo poder público ao cidadão de fato, aquele que vota e exige uma cidade digna.

Ricky e Marcos: divulguem o resultado, mesmo que parcialmente,  ANTES das eleições.

Eu, cidadã eleitora, agradeço!

Sugestão de leitura:
Movido pela Mente

O livro MOVIDO PELA MENTE conta a história de Ricky Ribeiro, jovem que dedicou sua vida à atividade física, até descobrir que estava com ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica), doença degenerativa que impossibilitou seus movimentos. Através da história de todos os meios de transporte que Ricky experimentou em diferentes partes do mundo, o livro traz reflexões sobre mobilidade urbana, urbanismo, caminhabilidade, calçadas e acessibilidade. E narra a sua trajetória de liberdade e movimento, até a descoberta do diagnóstico e sua singular forma de superação. Hoje, da sua cama, apenas com o movimento dos olhos, Ricky coordena o maior portal de mobilidade urbana do país, o Mobilize Brasil, empenhando a própria imobilidade para melhorar a forma de outras pessoas se moverem.

 

Active Design & Projetos Urbanos: promovendo espaços públicos para a mobilidade à pé – experiências do escritório modelo de arquitetura e urbanismo

Neste semestre, o escritório modelo do curso de arquitetura e urbanismo  desenvolveu uma série de diagnósticos (etapa 1) utilizando os conceitos Active Design e Observações Urbanas (Jan Gehl) ao longo dos meses de setembro e outubro. Ainda em outubro com finalização em novembro, serão realizadas propostas de projetos (etapa 2) inspiradas no concurso público Áreas 40 promovido pela Prefeitura do Município de São Paulo e que premiou projetos que buscavam a convivência pacífica e segura (reduzindo acidentes e atropelamentos por meio do projeto urbano) entre a mobilidade motorizada e não motorizada (pedestres, ciclistas e outros) nas ruas de São Paulo.

Com o apoio da organização social Cidade Ativa, foi realizado um workshop que teve por objetivo apresentar as ferramentas e instrumentos para a realização de pesquisas (Safari Urbano, medições geométricas, painéis interativos) bem como os diagnósticos das áreas de estudo. O resultado da primeira etapa encontra-se disponibilizado nesse post.

Os projetos deverão atender aos princípios de projeto para Cidades Seguras que objetivam a promoção de espaços públicos destinados à caminhabilidade do cidadão e também que atendam às necessidades de segurança para a mobilidade não motorizada.

As ações desenvolvidas são parte do Projeto de Pesquisa Sistemas de Espaços Livres: projeto, produção e gestão do espaço urbano do Programa de Mestrado Profissional em Urbanismo do FIAM-FAAM Centro Universitário em parceria com a organização social Cidade Ativa.

Equipe 1 – etapa 1

Diagnóstico da Rua Taguá, SP realizado pelos alunos do escritório modelo do curso de arquitetura e urbanismo Erika Lima Lopes, Rafaella Ayumi Kaneko e Vitor Zadra sob orientação da Profª Drª Helena Degreas utilizando o Active Design para desenvolvimento de projetos urbanos. O trabalho é parte do Projeto de Pesquisa Sistemas de Espaços Livres: projeto, produção e gestão do espaço urbano do FIAM-FAAM Centro Universitário em parceria com a organização social Cidade Ativa.

Equipe 2 – etapa 1



Aplicação dos instrumentos de análise do Active Design de Observação Urbana (Jan Gehl) para a realização de projetos urbanos com foco em mobilidade não motorizada do ambiente urbano. Pesquisa realizada em parceria com a OnG Cidade Ativa para a Rua 25 de março, SP.

Equipe 3 – etapa 1


Análise e diagnóstico da Avenida Deputado Cantídio Sampaio junto à intersecção com a Avenida Fernando Mendes de Almeida, bairro do Jaraguá na cidade de São Paulo, apresentado ao Escritório Modelo do curso de Arquitetura e Urbanismo do FIAM-FAAM Centro Universitário sob orientação da Profª Drª Helena Degreas utilizando o Active Design para desenvolvimento de projetos urbanos. O trabalho é parte do Projeto de Pesquisa Sistemas de Espaços Livres: projeto, produção e gestão do espaço urbano do FIAM-FAAM Centro Universitário em parceria com a organização social Cidade Ativa. Alunos: Ligia Frediani da Silva, Kristie Yuka Yokoyama, Renan F. Ribeiro Zupelli, Wagner Godoy

Equipe 4 – etapa 1

Diagnóstico da Rua Agostinho Rodrigues Filho, SP realizado pelos alunos do escritório modelo do curso de arquitetura e urbanismo Ana Paula Gusmão, Fernanda Jimenez, Marcella Crosato e Priscila Ibacache sob orientação da Profª Drª Helena Degreas utilizando o Active Design para desenvolvimento de projetos urbanos. O trabalho é parte do Projeto de Pesquisa Sistemas de Espaços Livres: projeto, produção e gestão do espaço urbano do FIAM-FAAM Centro Universitário em parceria com a organização social Cidade Ativa.

Equipe 5 – etapa 1

Diagnóstico da área de canteiro central localizada entre a Rua Domingos de Morais e a Avenida Professor Noé de Azevedo, SP realizado pelos alunos do escritório modelo do curso de arquitetura e urbanismo Amanda Abreu, Rafael Prado, Carolina Dias Gloeden, Vinicius Zoia, Guilherme Menegatti e Leonardo Baciga Menotti sob orientação da Profª Drª Helena Degreas utilizando o Active Design para desenvolvimento de projetos urbanos. O trabalho é parte do Projeto de Pesquisa Sistemas de Espaços Livres: projeto, produção e gestão do espaço urbano do FIAM-FAAM Centro Universitário em parceria com a organização social Cidade Ativa.