‘Ville du 1/4h’: bairros resilientes às diferentes etapas da vida

Descrição da imagem #pratodosverem: Um idoso caminha na calçada. Ele usa uma bengala e ao fundo vemos um local organizado e arborizado. Fim da descrição. do governo francês. Fim da descrição.
Cidades precisam ser projetadas para a população em processo de envelhecimento (Foto: Reprodução)

A cidade está preparada para o processo de envelhecimento de sua população? É possível planejar os bairros de tal forma que em algumas décadas seus moradores continuem ativos, independentes e felizes no mesmo lugar?

Hoje falaremos sobre o conceito de ‘Cidade de 15 minutos’ aplicado ao bairro. Dito de outra forma: bairro em que você pode fazer tudo o que precisa a pé. Para quem mora em regiões metropolitanas, o simples ato de sair de casa para ir ao mercado, tomar sol numa praça ou encontrar os amigos em um evento cultural é tarefa difícil pois o trajeto em muitas situações pode levar horas tanto de carro ou transporte público.

No Brasil o debate acerca do envelhecimento da população tomou as manchetes dos meios de comunicação em decorrência da Reforma da Previdência e não deslanchou para o tema que deveria ser objeto de preocupação de políticas públicas no âmbito dos municípios, estados e união: o envelhecimento ativo da população brasileira e a necessária adaptação dos bairros com vistas à independência e à saúde de seus moradores mais velhos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o conceito de Envelhecimento Ativo como o processo de otimização das oportunidades para saúde, participação e segurança que tem como objetivo promover a qualidade de vida das pessoas à medida que envelhecem.

Trata-se de fazer com que os espaços urbanos viabilizem uma convivência mais fácil, mais confortável, agradável e segura para toda a população. É transformar a “cidade dos automóveis” em uma “cidade para pessoas”. Não se trata apenas de uma Cidade Amiga do Idoso. Trata-se de uma cidade para todas as idades. Para todos.

Londres e várias outras cidades europeias iniciaram ainda no século XX, uma série de estudos que geraram planos, programas e projetos visando a adaptação de suas cidades ao envelhecimento de sua população. Não se tratava de resolver questões cotidianas. Tratava-se de levar a cidade de ‘Londres ao futuro’.

Os primeiros diagnósticos apontavam para uma sociedade composta por indivíduos sedentários, obesos e consequentemente mais dependentes dos programas de assistência social e dos equipamentos públicos de saúde. Dirigentes públicos preocupados com a redução das taxas de natalidade e dos altos custos advindos de uma população não produtiva e socialmente dependente, iniciaram políticas, planos, programas e projetos para reduzir a incidência de doenças associadas à obesidade e ao sedentarismo.

Descrição da imagem #pratodosverem: Uma calçada projetada para garantir a segurança de todos os usuários. Fim da descrição.
Lugares para sentar, calçadas em sistema de rede que conectam bairros e lugares públicos facilitando a circulação e jardins sempre bem cuidados são algumas das diretrizes que começaram a ser concebidas pelo poder pública ainda no século 20 com o objetivo de atender as necessidades e o conforto de uma população em processo de envelhecimento (Imagem: Reprodução)

Com isso, políticas públicas de mobilidade urbana foram as responsáveis pelas mudanças físicas na cidade de Londres. A mobilidade ativa ou ainda, a capacidade de locomover-se de um lado para o outro a pé ou de bicicleta virou destaque. Ações para a ampliação e reforma de calçadas, melhoria do transporte público, revisão da sinalização horizontal (placas de rua e totens com letras e imagens que permitem a leitura para quem já não enxerga tão bem assim) e vertical (semáforos com tempo para atravessamento tranquilo para pessoas com mobilidade reduzida) foram aplicados: e continuam sendo com o apoio da população. Décadas depois, a cidade de Londres está envelhecendo como previsto. Sem sustos e com a população ativa, independente e envelhecendo no mesmo bairro confortavelmente.

Descrição da imagem #pratodosverem: Uma placa com letras grandes. Fim da descrição.
Em Paris, a sinalização de rua foi substituída: as antigas placas pequenas localizadas nas esquinas dos edifícios foram substituídas por sinalização à altura do pedestre e instaladas nos gradis e muros externos das edificações. Suas letras são grandes e indicam a rua em que o cidadão se encontra (Imagem: Reprodução)

Dos exemplos mais recentes e marcantes, destacamos o que vem ocorrendo na cidade de Paris. A prefeita Anne Hidalgo lançou sua candidatura à reeleição com o lema ’Cidade de um quarto de hora’ ou ainda, a cidade de 15 minutos. Ela pretende incentivar a existência de comunidades autossuficientes em cada distrito da capital francesa. A independência de sua população do transporte motorizado diminuiria o estresse causado pelo trânsito bem como as taxas de poluição, melhorando a qualidade de vida.

Descrição da imagem #pratodosverem: Ilustração de um projeto do governo francês que mostra a Paris do Futuro. Fim da descrição.
Ilustração que representa a Paris do Futuro. Nela é possível identificar a proposta de governo de Anne Hidalgo. Uma cidade em que os habitantes se locomovam a pé, encontrem-se nas ruas e realizem suas vidas de maneira confortável em ‘um quarto de hora’ (Imagem: Reprodução)

Para tanto, seu plano de governo prevê uma série de incentivos públicos (que também irão gerar empregos locais para os mais jovens) à instalação de mercearias, parques, cafés, equipamentos esportivos, feiras de artesanato local, centros de saúde, escolas e até locais de trabalho a uma curta caminhada ou de bicicleta. Destaca-se a previsão de investimento de cerca de 1 bilhão de euros por ano de governo para a criação de uma rede de micromobilidade com ênfase em ruas pedestrianizadas e na manutenção e embelezamento de praças e jardins.

Em entrevistas, Anne afirma que seu projeto de governo é sobre proximidade, participação, colaboração e ecologia. Destaca que o parisiense se sente como alguém que corre de um lado para o outro e nunca tem tempo para nada e por isso, ela está convencida de que a cidade redesenhada para ser agradável, confortável e funcional para todas as pessoas. Um lugar em bairros e comunidades possam ter cuidados com a saúde, andar, fazer compras, entreter-se em cerca de um quarto de hora a partir de sua casa.

Em seu plano, pode-se ler: ‘Isso levará Paris ao futuro”.

Publicado em: Portal Acesse

Bem-vindos à sala de aula urbana!

Com o objetivo de formar cidadãos e futuros profissionais autônomos e participativos nos processos de produção de nossas cidades, laboratórios experimentais e escritórios-modelo vem acolhendo práticas pedagógicas experimentais que tornam o aprendizado mais significativo para os alunos ao propor a valorização da prática e da experimentação. É nesse contexto que surge o projeto acadêmico “Arte à Vista: um presente dos alunos do Instituto de Cegos Padre Chico e do FIAM-FAAM para a cidade!”.

Utilizando como ponto de partida do processo ensino-aprendizagem o ABP – Aprendizagem Baseada em Projetos, professores e alunos de diversos cursos foram convidados a participar da proposta de trabalho que consistia em colaborar na criação de um ambiente urbano em homenagem à Sra. Dorina Nowill. O bairro em que se realizou o trabalho é a Vila Mariana, cidade de São Paulo, local onde encontram-se diversos serviços de saúde, clínicas, hospitais e ONGs especializadas no atendimento de pessoas com deficiências funcionais distintas. Dentre elas, encontra-se a Fundação Dorina Nowill, referência mundial no atendimento e orientação de pessoas cegas e com baixa visão.

Por se tratar de prática pedagógica complexa que envolve ações na cidade, os professores vincularam às técnicas do ABP, processos de planejamento, projeto e construção de espaços públicos de forma coletiva e colaborativa inspirado nos conceitos Placemaking e Urbanismo tático. Os objetivos pedagógicos da ação pretendem estimular o trabalho em equipes multiprofissionais (e com ela a vontade de explorar novos territórios de conhecimento), a colaboração, a criatividade, a busca por soluções inovadoras e o “fazer” como experiência transformadora.

Desafio proposto: criar um “lugar” urbano a partir das necessidades dos usuários da região (moradores, alunos e visitantes) e, ao mesmo tempo, homenagear Dorina Nowill colaborando na indicação de seu nome para uma praça ainda sem designação em frente à escola.

As ações propostas para resolver o desafio:
– Redigir a proposta de trabalho, definir os objetivos, as ações, os envolvidos, as etapas de trabalho, os meios e o cronograma.

Foram selecionadas algumas das principais etapas percorridas entre os meses de setembro e outubro de 2016 por todos os envolvidos no projeto e que ilustram parte da trajetória que gerou o resultado apresentado.

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  1. As etapas:

    Elaboração da arte tátil: Alunos do curso fundamental do Instituto Padre Chico – Colégio Vicentino Padre Chico utilizaram as aulas de Educação Artística para criar desenhos tridimensionais inspirados pelas Paralimpíadas que ocorreram no Rio de Janeiro em 2016. Com tampinhas de garrafa e palitos de sorvete, as crianças e adolescentes que todos os anos produziram mais de uma centena de desenhos em alto relevo com o tema proposto sabendo que o material faria parte de um painel gráfico.

    Preparo das cerâmicas: No ritmo de uma maratona, dezenas de alunos universitários prepararam a argila – amassaram e formataram em moldes de 15cm x 15cm para receber e estampar a arte das crianças do IPC, agora, em baixo relevo.

    A queima: cerca de duas centenas de placas cerâmicas foram enviadas para queima nas oficinas da universidade. Embaladas uma a uma, todas foram reencaminhadas para o local onde seriam fixadas pelos alunos.

    A fixação no muro: tanto o período de chuvas quanto o conhecimento das técnicas de colocação de azulejos, não foram previstos no projeto. Para resolver os problemas, os alunos improvisaram uma oficina de azulejaria com colaboradores externos à instituição. Um azulejista foi contatado para colaborar na orientação da fixação e problema foi resolvido com a colocação das plaquinhas no muro. Quanto às chuvas… os alunos aguardaram os períodos de estiagem para dar andamento aos trabalhos.
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    Arte Gráfica: a criação do projeto do mural pelos professores e alunos do curso de Design Gráfico que cobriu as empenas cegas dos muros do campus foi elaborada incorporando as plaquinhas com a arte das crianças do IPC.

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    Espaço de Estar Urbano – inspirando-se nos princípios de ação do DIY & tactical urbanism, foi organizada a “Sala na Cidade” – proposta que pretende disseminar a criação de lounges urbanos espalhados pela cidade, ou ainda, lugares de estar públicos construídos em sobras de sistemas viários. Para resolver o problema da aglomeração na entrada e saída da faculdade, foi desenvolvido o layout de um ambiente leve e descontraído para acolher não só os moradores da região bem como os alunos redirecionando-os para uma sala de estar localizada numa área ao lado e que apresentava as dimensões adequadas para acolher a todos com mais conforto e segurança. Por se tratar de intervenção DIY, o processo durou cerca de 4 horas para a instalação. A sala recebeu mesas, bancos em concreto, vasos e tapetes pintados no chão. Tintas, cerâmicas, concreto e alegria contagiante impactaram positivamente o lugar antes inexpressivo. Durante o processo de construção do local, a vizinhança observava curiosamente, as ações. Plantando flores nos vasos espalhados nas calçadas ou sentando-se nos bancos recém instalados, moradores dos prédios vizinhos começaram a utilizar a sala de estar e a observar a arte dos muros como algo aconchegante e familiar.

     

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A utilização de recursos advindos do ABP e a possibilidade de ação direta na realizada vivida pelos alunos por meio do urbanismo tático fornecem um contexto real para o aprendizado, pois as situações apresentadas geram uma “necessidade real de saber”, ou ainda, tem a “relevância necessária”, motivando-os a gerar as soluções com o objetivo de atender a demanda ou ainda resolver a situação-problema apresentada. Como os projetos são “abertos”, os alunos devem fazer escolhas, encontrar soluções, explicá-las de forma personalizada. Associado ao ABP e às orientações da ONG Cidade Ativa, o escritório-modelo adotou algumas das características do:
Placemaking: para o desenvolvimento do projeto de intervenção do local, foram aplicados vários instrumentos de pesquisa com o objetivo de compreender o perfil do futuro usuário e seus desejos. Foram aplicadas entrevistas abertas, questionários, painéis interativos, medições físicas e medições comportamentais (contagens que avaliam as atividades do local ao logo do dia -manhã, tarde e noite por meio do mapeamento de fluxos e permanências) além da análise dos sete critérios desenvolvidos pela equipe do arquiteto Jan Gehl (GEHL, 2013) e Active Design Guidelines (NYC, 2013), a saber: segurança, proteção, acessibilidade, diversidade/versatilidade, atratividade, conectividade, resiliência e sustentabilidade.

Urbanismo tático:
Para a construção real dos projetos, é necessária a realização de planejamento de ações a curto e médio prazo com estratégias de transformação de ambientes urbanos rápidas e de baixo custo, materializando ideias para estimular o exercício de uma cidadania ativa que geram impacto positivo na qualidade de vida das pessoas. Por se tratar de um escritório-modelo que avalia o processo de criação e solução de problemas de alunos, é possível desenvolver ações transformadoras com diversos atores sociais para além do campus universitário, intervindo por meio de ações concretas, na solução dos desafios cotidianos de nossas grandes cidades.

Todas as atividades descritas envolvem habilidades elevadas de raciocínio que requerem o domínio de tecnologia e desenvolvimento de pensamento crítico. A abordagem de temas complexos para a resolução de problemas em comunidades locais, demanda pensamentos inovadores e, para tanto, os cursos superiores deverão trabalhar a formação de profissionais que trabalhem de forma colaborativa, administrem diversas fontes de informação, disciplinas, recursos disponíveis, como tempo e materiais, competências e estratégias nos campos de atuação pessoal, emocional, profissional, social e técnica.
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Fotos: acervo FIAM-FAAM Centro Universitário, outubro de 2016.

*Este trabalho foi realizado por vários voluntários e parte de seu texto está no blog do escritório modelo. Se quiser conhecer a ação realizada para o Global Days of Service,
acesse aqui.

Texto: Helena Napoleon Degreas, Adriana Valli Mendonça, Lilian Regina Machado de Oliveira e Cidomar Biancardi Filho

 

Revista Casa Projeto & Estilo: dormitório acessível para um adolescente

FIAM-FAAM Centro Universitário

Escritório Modelo: Acessibilidade Universal
Cursos: Design de Interiores, Arquitetura e Urbanismo
Tema: adaptação de um apartamento para um adolescente

Alunos:
Ana Verônica Cruz
Giovanna Galvão
Maiara Bicalho
Leonardo Mamede
Luana Souza Pereira
Luciana Ishu
Sabrina Archanjo Brasil
Simone Dias
Foto: Cibele Rossi de Almeida
Orientação: Profª Helena Degreas

Foto dos alunos

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Introdução
Quem não se lembra de como era bom sair correndo pelos corredores da casa e pular sobre a cama dos pais ou sobre os sofás da sala quando criança? Trazer amigos para dormir em casa, passar a noite inteira acordado assistindo TV, jogando games, conversando e fingindo que está dormindo quando os pais entram no quarto? Estas travessuras e outras tantas são rotina na vida de João (9 anos) e Pedro (12 anos), filhos de um casal jovem que como todos nós, tem uma agenda preenchida por trabalho, estudos, vida social intensa e diversos afazeres vinculados ao lar.

planta do dormitório

É neste ambiente que se desenvolve a proposta de redefinição dos layouts. Com a chegada da adolescência, novas demandas surgiram: os meninos que antes dormiam juntos terão doravante seus quartos individuais que devem oferecer um programa de atividades semelhantes, mas atendendo algumas especificidades: Pedro tem habilidades funcionais motoras reduzidas que, de tempos em tempos, variam entre o uso de cadeiras de rodas e andadores; recentemente, vem sendo estimulado a andar de forma autônoma sem o uso de tecnologias assistivas situação essa que lhe dará a liberdade de escolher para onde quer ir – andando ou correndo a seu modo. Embora ele apresente dificuldades para aprendizagem de conteúdos educacionais, sua habilidade visual é adequada, mas, como qualquer pré-adolescente, sua habilidade funcional auditiva é, na opinião dos pais, bastante “seletiva”.

Quarto do Pedro
quarto do Pedro

Partido

Todos os ambientes foram desenvolvidos para atender às linguagens estéticas e às necessidades sociais da família (recepção de amigos e parentes), bem como às orientações da TO – terapeuta ocupacional e do fisioterapeuta frente aos condicionantes espaciais necessários ao pleno desenvolvimento das habilidades de locomoção e compreensão do Pedro na sua nova fase de vida. A casa deve prover e colaborar no pleno desenvolvimento de autonomia na execução das atividades cotidianas domésticas que vão desde aos cuidados com sua higiene pessoal, alimentação bem como a execução de tarefas que são de sua responsabilidade como guarda de roupas e objetos pessoais, realização de tarefas da escola com acompanhamento eventual da TO, recepção de amigos nos finais de semana e algumas atividades de fisioterapia.

Cozinha Adaptada
Cozinha Adaptada
Cozinha Adaptada
Cozinha Adaptada

O layout foi desenvolvido para todos os ambientes da casa e alguns elementos foram incorporados visando à locomoção segura. A partir dos estudos de circulação (em pé, com auxílio de andadores ou em cadeira de rodas) e, atendendo às formas de uso dos ambientes pelos meninos, todos os vãos de portas e circulações apresentam 0.90m livres. Algumas paredes receberam a fixação de barras de apoio (corredores, salas de estar, jantar, TV, cozinha, banheiro) para que Pedro possa andar apoiando-se por toda a casa. Assentos da cozinha, salas de jantar, estar e home office  (sofás, poltronas e cadeiras diversas) e banheiro são fixos e tem alturas que se adequam à transferências por cadeira de rodas.

No quarto de Pedro foram previstas as mesmas atividades de Marcelo com alguns diferenciais no mobiliário: a bancada de estudo é longa para comportar dois lugares (para ele e para a TO). Nela foi inserida uma prancheta com altura regulável revestida nas quatro laterais com material emborrachado e altura de 0,01m (evita a queda de cadernos e lápis quando inclinada); os gavetões com rodinhas ficam embaixo de uma das laterais da bancada e neles são colocados objetos e brinquedos. A frente é de acrílico transparente para que os objetos sejam facilmente identificáveis pelo menino. A cama é motorizada e biarticulada e sobre ela, no teto levemente rebaixado, foram embutidos dois spots que podem ser acionados para fins de leitura. Como Pedro adora desenhar, ao lado do armário e na parede foi colocada uma grande lousa branca com apoio para que ele fique em pé. Grande paixão do Rodrigo, a bicicleta adaptada juntamente com a cadeira de rodas que aos poucos ele vai largando, ficam pendurados na parede do quarto.

Banheiro adaptado dos meninos: Pedro e João
Banheiro adaptado dos meninos: Pedro e Marcelo
Lavabo adaptado
Lavabo adaptado
adaptação do banheiro dos meninos
adaptação do banheiro dos meninos

O banheiro recebeu mais uma porta que se abre (com folha de correr) para o quarto facilitando o acesso durante a noite. A pia do banheiro e do lavabo tem alturas reguláveis associadas a um sifão flexível. Ao lado da banheira há um assento e apoios laterais retráteis que tem por objetivo facilitar a troca de roupas, como exemplo. As pias do lavabo (que foi colocada no hall de circulação da cozinha) e do banheiro tem barra de apoio na frente facilitando as atividades de higiene. Os pisos todos foram selecionados com materiais antiderrapantes e de fácil manutenção. Tapetes foram embutidos e fixados no chão evitando escorregamentos.

quarto do casal

Revista Casa Projeto & Estilo: apartamento acessível

FIAMFAAM Centro Universitário

Alunos: Ana Paula Higa e Ricardo Cipolla
Foto: Tulio Oliveira
Escritório Modelo: Acessibilidade Universal
Curso: Arquitetura e Urbanismo
Profª: Drª Helena Degreas

Ricardo Cipolla e Ana Paula Higa
Ricardo Cipolla e Ana Paula Higa

Conceito

É possível projetar ambientes confortáveis, bonitos, de fácil manutenção e que ainda assim sejam suficientemente flexíveis para se adaptarem às mudanças físicas do nosso corpo em diversos estágios da vida? É possível morar num mesmo lugar por décadas? A partir destas questões, alunos do escritório modelo do curso de arquitetura e urbanismo projetaram um apartamento de aproximadamente 52 m² preocupando-se em atender as necessidades de desenvolvimento do ser humano, construindo objetos e lugares compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas visando à eficiência, eficácia e satisfação. Acessibilidade, portanto, foi a premissa de projeto. Para o caso, o desafio proposto foi o de viabilizar espaços que atendam tanto um casal de jovens quanto pessoas idosas e que apresentem a necessidade de uso de tecnologias assistivas.

Os problemas mais comuns enfrentados em nossos lares

Dificuldade em usar tomadas, passar por portas, corredores ou ainda mover-se livremente em ambientes estreitos, escorregar em pisos lisos ou molhados, derrubar ou ter dificuldade em alcançar objetos que estão mais altos em armários são situações que enfrentadas diariamente por todas as pessoas e que aparentemente são corriqueiras. Mas não deveriam ser: pequenas adequações de projeto geram maior qualidade de vida a todos os usuários.

planta do apto

Pequenas mudanças gerando maior conforto

Para atender às expectativas dos clientes, foram estudados os principais ambientes de um lar. Com isso, a planta do apartamento foi reformada: os dois dormitórios minúsculos que mal comportavam uma cama e armários deram espaço a um dormitório de casal e ampliaram a área do banheiro. A cozinha e a área de serviço antes enclausuradas por paredes, foram reformuladas visando à funcionalidade e eficiência frente às necessidades e comportamentos contemporâneos dos moradores. A cozinha que utilizou granitos, madeiras e cerâmicas antiderrapantes, não só ampliou o espaço como também permitiu a comunicação entre os moradores e eventuais visitantes da casa. Para atender às diferentes estaturas, o cooktop elétrico juntamente com a pia e os armários de parede, todos em aço, têm alturas reguláveis graças aos trilhos de correr. Gaveteiros, estantes, adega, bancadas, toalheiros e demais acessórios foram projetados com alturas que vão entre 0,40m e 1,40m gerando conforto no uso. Portas, corredores e áreas de circulação tem vão de 0,90m mínimo para atender a movimentação e a passagem de uma pessoa em pé ou com mobilidade funcional motora reduzida, usando ou não auxílio para a locomoção como cadeira de rodas, andador ou muletas. A bancada de apoio dobra seu tamanho e pode ser usada tanto para receber amigos quanto como estação de trabalho comportando papéis, laptop e demais materiais. Todas as tomadas do apartamento são altas e foram implantadas há 1.10m de altura.

Cozinha com princípios de Desenho Universal
Cozinha com princípios de Desenho Universal

Dormitório e sala minimalista compartilham o mesmo aparelho de TV que, graças ao mecanismo que o faz girar, viabiliza o uso em ambientes distintos. O tapete, embutido no piso é fixado ao chão evitando movimentação e garantindo segurança ao morador.

Os armários do dormitório tem divisórias e nichos que otimizam o espaço organizando roupas e acessórios adequadamente. Os varões, apesar de estarem em pontos mais altos, são articulados e móveis trazendo as roupas dos cabides para perto do morador e permitindo o uso de praticamente toda a parede do dormitório de forma funcional evitando o desperdício ou ociosidade de espaços. Com isso, mesmos os pontos mais altos ficaram acessíveis.

Living com princípios do Desenho Universal
Living com princípios do Desenho Universal

As portas de correr receberam espelhos que dão mão leveza e amplitude ao ambiente. A área de banheiro recebeu tons neutros dando mais sobriedade e classe ao ambiente. O espelho toma toda a parede e encontra-se inclinado facilitando a visualização de todo o corpo. A pia é deslizante, pois encontra-se fixada a um sistema de trilhos. Existe o espaço para a colocação de barras de apoio entre o vaso, pia e bancada caso necessários. Ao box foi incorporado um banco retrátil que garante maior conforto durante o banho.

Banheiro acessível: elevação
Banheiro acessível: elevação

 

 

Acessibilidade em Salão de Beleza: revista Casa Projeto & Estilo

FIAMFAAM Centro Universitário

Alunas: Isabel Corso e Bruna Lisboa
Disciplina: Acessibilidade Universal
Curso: Design de Interiores
Tutor: Profª Helena Degreas

Isabel Corso e Bruna Lisboa

Introdução

“Percebi outro dia que levantar das poltronas estava difícil… Acho que eu também envelheci juntamente com minhas clientes” desabafa Dª Maria Antonieta proprietária de um elegante salão de beleza localizado num bairro nobre de São Paulo há quarenta anos e que observa, com tristeza, a fuga de suas clientes tradicionais para os concorrentes da vizinhança.

Convencida de que deveria tomar uma atitude para reverter o processo de esvaziamento do salão, a cliente solicitou aos alunos do escritório modelo dos cursos de design, arquitetura e urbanismo a elaboração de um projeto de reforma priorizando o atendimento de pessoas com idade superior a sessenta anos vez que o bairro concentra um índice altíssimo de pessoas idosas.

Atenta ao número de horas que suas clientes permanecem no salão e aos comentários que invariavelmente se remetiam às dores no pescoço, costas, pernas e braços que ocorriam ao longo de sua estadia durante os procedimentos estéticos, Dª Maria Antonieta solicita que os ambientes sejam além de funcionais e bonitos, confortáveis e acolhedores.

O Partido

A partir destas informações, as alunas identificaram um público-alvo bastante diversificado com perfis etários distintos gerando a necessidade de mudança nos tipos de serviços, nos ambientes projetados e no mobiliário como forma de oferecer mais qualidade de atendimento e conforto para um cliente mais exigente. Para atender pessoas com idades, habilidades motoras e perfis distintos, as alunas optaram por adotar os princípios do desenho universal para o desenvolvimento do design de móveis e ambientes do salão.

As soluções adotadas

Por meio da flexibilidade e adaptabilidade dos novos mobiliários às características físicas de cada indivíduo como estatura, alcances e habilidades motoras diversas, oferecer conforto personalizado ao cliente, respeitando-o e valorizando-o ao considerar suas opiniões. A partir da definição do novo programa de atividades, as alunas distribuíram os ambientes nos dois andares do salão. Especial atenção foi dada à dimensão dos vão das portas que receberam, dependendo do local, aberturas sempre superiores a 1.10m para facilitar o acesso de cadeira de rodas e andadores. Os pisos são todos de material antiderrapante com cores e padrões contemporâneos. As tintas utilizadas são laváveis e apresentam cores neutras tais como beges, branco e salmão criando um tom mais elegante e sóbrio.

Revsita Casa Projeto & Estilo

As poltronas nos lavatórios, sala de maquiagem, suíte da noiva e salão de cabelereiros são revestidas em espuma laminada e estofadas com revestimento de fácil limpeza. A base hidráulica permite o ajuste de altura dos assentos e seus braços são articuláveis. Apresenta apoios para cabeça e pés com sistema flexível e reclinável proporcionando extremo conforto ao ajustar-se às características físicas de cada cliente. As cubas dos lavatórios são articuladas e reclináveis, permitindo o ajuste entre inclinações e alturas de cabeça e pescoço. As demais poltronas e cadeiras em sala de espera, escritório e áreas externas tem altura mínima de 0.50m e em, alguns casos, não apresentam braços laterais para facilitar a aproximação e transferência de uma pessoa em cadeira de rodas.

Os espelhos localizados nas áreas dos sanitários e sala de maquiagem ocupam toda a bancada e estão inclinados a 10o para facilitar a visualização de quem está sentado. Os demais espelhos das áreas cabelereiro são duplos, ocupando toda a parede.

Revista Casa Projeto & Estilo

Bancadas de trabalho e consoles com o apoio de gaveteiros foram idealizados com alturas compatíveis à aproximação frontal (entre 0.75 e 0.85cm) e estão livres de qualquer obstáculo, evitando ferimentos. Os expositores que ficam ao lado da sala de estar e recepção foram projetados com estantes que tem alturas confortáveis entre 0.40cm e 1.40cm para quem está em pé ou sentado facilitando a visualização e o acesso frontal quanto lateral de todos os produtos. A mesma solução foi adotada para a colocação de toalheiros, porta bolsas e demais acessórios.

Revista Casa Projeto & Estilo

As salas de Spa privilegiam o tratamento estético pelo uso das águas complementando com  massagens relaxantes. No local foram colocadas poltronas elétricas com apoios de braços escamoteáveis com movimentos para costas e pernas independentes além de alturas reguláveis permitindo diferentes posições (sentado e deitado). O local também possui uma banheira com jatos de ducha reguláveis com um design que facilita a entrada e saída com mais segurança, pois suas portas deslizam para cima e para baixo permitindo um banho na posição sentada e em pé.

Planta Piso Superior  e  Planta Térreo A1

 

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Design acessível: quarto de menino

Ana Júlia Ribeiro, Barbara Cabral,Karoline Gaiardo

Alunas
Ana Júlia Ribeiro
Barbara Cabral
Karoline Gaiardo

Foto: Elielton Caetano
Grafite: Alex Secos

Professor: Drª Helena Degreas
Disciplina: Acessibilidade Universal
Curso: Design de Interiores
Centro Universitário FIAMFAAM

Casa projeto e Estilo novembro 2012

 

Cliente

Que tal “dropar a rampa” ou ainda “executar um backflip” radical? Quedas espetaculares à parte, estas expressões integram o vocabulário que compõe o cotidiano de vida do jovem cliente viciado na prática do Hardcore Sitting, esporte urbano com manobras inspiradas nos movimentos dos patins e skates e praticado por deficientes motores em cadeiras de rodas adaptadas.

Conceito

Com cerca de 25m², a suíte atende a um programa de atividades de um rapaz com vida social, de trabalho e familiar bastante intensa. Muito além de dormir, o local também propicia o desenvolvimento de outras atividades  tais como estudos, jogos, leituras e exibições de filmes para amigos. Geek convicto, o rapaz é fã de games, mangás e gosta de músicas contemporâneas.

Projeto Casa & Estilo  revista Casa Projeto & Estilo

Revista Casa Projeto & Estilo

 

Arquitetura

Para conseguir viabilizar usos tão diversificados, a família solicitou a unificação de duas das suítes do apartamento. Com isso, o local ganhou mais espaço para distribuir os ambientes com mais conforto e qualidade.

Ambiente para dormir
Foi escolhida uma cama de solteiro com altura compatível para a transferência com estrado motorizado cujo movimento é anatômico, articulado e duplo (cabeceira e pés). Numa das laterais, a extensão do baú de futon com almofadas coloridas gera uma bancada mais baixa que serve como um criado mudo que, além da luminária com foco dirigido para leitura confortável na cama, permite o descanso do controle de automação que controla tanto os aparelhos e caixas de som embutidas no forro de gesso, quanto a iluminação, TV e vídeo game que encontram-se no quarto

Ambiente para games
O local é composto por um suporte articulado de TV (LED de 55”) com movimentos laterais e inclinção de até 15 graus e que permite a movimentação do aparelho para adequar-se às necessidades de posicionamento dos jogadores no dormitório confortavelmente. Associado ao aparelho, o local dispõe de bancada para colocação do console, dos controles wireless sem fio e dos demais adaptadores interativos que compõe a série de dezenas de jogos como taco de baseball, taco de golfe, raquete de tênis e tênis de mesa. Além de divertir, os games interativos colaboram no desenvolvimento das habilidades motoras melhorando a condição física de seus jogadores. Para a movimentação dos jogadores (em cadeira de rodas ou em pé) foi disponibilizado um espaço livre ao lado da cama e dos assentos em L que se encontram na parede.

Estação de estudo e trabalho
Trata-se de uma longa bancada de madeira com altura compatível para o ambiente de trabalho e estudo do cliente. O comprimento é necessário para poder comportar computador, tela, impressora entre outros equipamentos. Gaveteiros utilizam sistema de trilhos deslizantes. O armário para guarda de livros está suspenso do chão, adequando-se ao alcance manual lateral e encontra-se do outro lado da bancada. Sobre ela, foram colocadas as tomadas para acesso manual frontal.

Banheiro
A pia foi embutida na bancada e recebeu um sistema de barras de parede móvel que permite adequação às alturas dos distintos usuários. O sifão articulado é flexível e está posicionado junto à parede permitindo aproximação frontal com segurança. Os misturadores de água são frontais facilitando o manuseio do cliente. Os espelhos foram inclinados a 10 graus garantindo um campo de visão adequado tanto para quem se encontra sentado quanto para quem está em pé. A cadeira do chuveiro e o vaso também receberam o sistema de barras, facilitando o estacionamento, acesso e transferência do jovem.

Revista Casa Projeto & Estilo  Revista Casa Projeto & Estilo

 

Armário para roupas
Gaveteiros e demais componentes do armário foram colocados com alturas que variam entre 0,40 m e 1,40 m para gerar praticidade e conforto para o manuseio das roupas, sapatos e acessórios a partir de uma aproximação lateral. Apesar da profundidade de 0,60 m, o armário tem prateleiras deslizantes que permitem o acesso ás áreas mais profundas do armário viabilizando o alcance manual lateral do usuário. Mesmo instalados em pontos mais altos, os cabideiros são basculantes e podem ser acessados pelo varão que sofreu adaptação (o cabo é mais longo que o usual) para ser acessado com conforto. Ao lado do armário de portas deslizantes, foi colocado um espelho que vai do teto ao chão.

Revista Casa Projeto & Estilo

 

Completam a decoração a fita de LED RGB que além de bonita, permite a visualização do ambiente à noite graças à luz tênue e a cortina de correr automatizada blackout.

Por um projeto de paisagismo acessível: Revista Casa Projeto & Estilo

Projeto publicado no Espaço Universitário da Revista Casa Projeto & Estilo (ano 3, no. 21)

Alunas:

Daiana Rada
Fátima Dionízio
Juliane Hemmel
Rose Alves

Professor: Drª Helena Degreas
Disciplina: Acessibilidade Universal
Curso: Design de Interiores
Centro Universitário FIAMFAAM

vista de várias ambientes à noite

Conceito

Com cerca de 300m², o segundo pavimento da cobertura duplex apresenta um projeto de paisagismo ousado para atender ao programa de necessides bastante extenso e diversificado da família que é composta por uma casal de empresários do ramo de entretenimento, dois filhos universitários (um deles ingressante em medicina e com deficiência funcional motora) e seus avós que apresentam mobilidade reduzida e tem uma intensa atividade social.

Os espaços do apartamento são utilizados praticamente todas as noites e finais de semana pelos filhos e pelos avós concomitantemente, situação esta que gerou a necessidade de setorização da planta.


Programa de Arquitetura

Fitness Room, Espaço das águas, Solarium e Spa, Jardim Vertical: sabores e aromas, Game Room, Área Gourmet, Sala de Degustação, Estar (fire place e mini golfe), Sauna, Sanitários.

Foram estudados e descritos os movimentos e atividades que serão realizados pelos clientes. Com isso, todos os assentos foram adequados à transferência do usuário de cadeira de rodas e também às necessidades de movimentação independente dos idosos alterando-se as alturas, encostos, apoios e densidade das espumas utilizadas nos mobiliários. Acessos, circulação, manobras, áreas de estacionamento e transferência do usuário de cadeira de rodas foram previstos gerando áreas e dimensões adequadas ao uso do cliente com conforto. Para o acesso  entre os andares, optou-se pela manutenção da escada original e também pela incorporação de uma plataforma elevatória elétrica com bateria de reserva que funciona como dispositivo de segurança para a falta de energia.

Espaço das águas

Revestimentos sortidos e atraentes como o vidro e pedras semipreciosas, conferem acabamento luxuoso ao espaço das águas. Muito além da natação, o local criado abriga espelhos d’água com profundidades diversas que, alternados com jardins e repuxos dágua, permitem vivenciar experiências diversas tais como tomar sol e refrescar-se na prainha, conversar entre amigos ou simplesmente relaxar usufruindo dos benefícios da cromoterapia e da massagem dos jatos de água que se encontram numa das paredes atrás dos bancos submersos na piscina. O acesso e a transferência para a área foi especialmente projetado com uma cadeira elevatória (elevador aquático) que permite a imersão na água com conforto e segurança tanto do rapaz quanto do casal de idosos em qualquer profundidade. A piscina foi dotada de corrimãos internamente à água para viabilizar o acesso para os distintas habilidades motoras.

Os assentos imersos ao lado do pequeno jardim que, além de local para contemplação da borda infinita e do som das águas em movimento, também foi dotado com jatos de água para hidromassagem. Buscando a harmonia entre corpo e mente, o projeto utiliza a tecnologia para fins também terapêuticos. Por meio do uso de luzes e cores vibrantes e relaxantes, os moradores usufruem dos benefícios da cromoterapia. No deck, os bancos em capitonê tornam o ambiente para conversas mais aconchegante ao som das águas que escoam pelos vasos ou que caem da borda infinita.

vista superior espaço das águas

Corpo e mente: solarium e spa num mesmo espaço

Para melhor atender a todas as idades e necessidades de cada morador, no deck modular foi colocada uma cama de massoterapia sobre uma plataforma elétrica elevatória, permitindo ajuste da altura que se adequa tanto para a massagem e fisioterapia quanto para o banho de sol. O som proveniente da cortina d’água e o perfume das flores plantadas no jardim vertical completam a tranquilidade do ambiente. O acesso se dá pela plataforma elevatória.

solarium e massoterapia

Jardim Vertical: sabores e aromas

Próximo a área gourmet, o jardim vertical além de atender àqueles que estão preparando os alimentos (plantio de diversas especiarias e temperos) na área gourmet, serve como terapia ocupacional para a avó que cultiva pequenas hortaliças em vasos suspensos. As dimensões e alturas da parede verde (entre 0.40m e 1.40m) facilitam tanto o alcance manual frontal da idosa quanto viabilizam o alcance manual lateral do rapaz sentado em cadeira de rodas.

horta vertical e estar ao lado da borda infinita

Estar entre amigos

Espaço multiuso que permite encontros descontraídos entre os jovens ao redor da lareira portátil elétrica para um luau ou simples bate papo. O local apresenta também uma cesta de basquete baixa e área de mini golf para partidas mais intimistas com tacos adaptados cujas dimensões se adequam ao rapaz em cadeira de rodas. No jardim laeral, vasos com espécies frutíferam completam o espaço para diversão. Nas paredes grafite com tema contemporâneo.

vista da área de estar entre amigos noite

Game Room

Com o objetivo de divertir e também colcaborar na redução do risco de declínio das funções cognitivas (memória e raciocínio), foi projetado um espaço com jogos eletrônicos que simulam movimentos de atividades físicas através de mecanismo de realidade virtual e tecnologias de rastreio e atuação. Os movimentos realizados desenvolvem as habilidades motoras melhorando o condicionamento físico, a percepção  e lógica proporcionando momentos de diversão e relaxamento tanto individualmente quanto em grupos sendo acessíveis para qualquer pessoa, tanto para aqueles com mobilidade reduzida quanto para pessoas com deficiências funcionais motoras.

vista estar entre amigos alta resolução noturna

Fitness Room

Com o objetivo de criar um treinamento específico para que o jovem alcance um excelente condicionamento físico por meio da flexibilidade, força, eficiência cardiovascular, resist~encia aeróbica e muscular localizada, o espaço foi dotado de aparelhos que trabalham o alongamento, coordenação motora, musculatira dos membros superiores e abdômen trabalhando bíceps e tríceps. Para os idosos, foram colocados aparelhos que simulam caminhadas além de rodas, eixos, roda de barra, pesos e alavancas que são indicados para o fortalecimento e flexibilidade muscular além da melhoria da coordenação motora.

Sala de Degustação de vinhos e adega

Espaço informal para receber os amigos e amantes de vinhos e queijos do casal de idosos, o local recebeu adega climatizada, gaveteiros refrigerados, pias e bancadas com alturas que atendem tanto ao jovem  em cadeira de rodas quanto aos amigos octagenários que celebram a vida com boas taças de vinho. Para indicar a localização dos vinhos, a adega foi dotada de um sistema automatizado que utiliza iluminação LED e cujos rótulos são dastrados e mapeados, funcionando como vinoteca eletrônica.

adega e sala de degustação vista noturna

Área gourmet

Prático e funcional, o projeto priorizou as manobras, acesso (alcance manual frontal e lateral) e aproximação da cadeira tanto para o rapaz quanto para o casal de idosos para a realização de cada atividade adequando-se alturas e dimensões de bancadas de apoio, gaveteiros refrigerados, churrasqueira, forno elétrico e cooktop.  O sistema de acionamento touch facilita o manuseio para as diversas habilidades dos usuários. Sofás e pufs com revestimento em tecido náutico conferem resistência às variações de tempratura e também charme pelo aspecto rústico.

Sanitários

Além da aproximação e alcance manual frontal previstos, as pias são acopladas a um sistema de barras de parede móvel que permite ajuste de alturas para os diversos usuários. Os misturadores são frontais e o sifão é articulado e flexível. Os espelhos foram inclinados a 10º para garantir a visibilidade do usuário em cadeira de rodas.

Especificação dos móveis e equipamentos utilizados no projeto

capa

Chegaram os novos blogfólios da turma de Design de Interiores FIAMFAAM: 2012

A cada ano, nossos alunos são convidados a incorporar novidades aos seus portfólios acadêmicos. Desta vez, além da apresentação de uma série de documentos que retratam sua trajetória profissional ainda na faculdade, alguns widgets tais como “Minha TV”, Twitter e Página profissional no Facebook destacaram-se.

Com essas novidades, além de alavancar a visibilidade de seus trabalhos em função dos novos pontos de conexão da rede, seu perfil profissiográfico ficou mais completo com os vídeos criados por eles mesmos no youtube associados à busca de assuntos correlatos no twitter e nas comunidades da facebook .

Se você tiver interesse sobre o assunto, acesse também:

Como iniciar seu blogfolio
Com que avatar eu vou?

Relação de alunos:

Aline Santos Interiores

Amanda Goncalves

Ana Julia Ribeiro

Ana Paula Novaes

Andrea Ligia

Barbara Cabral

Barbara Petry

Bruna Lisboa
Bruna

Criscia Pedrosa

Isabel Corsoimg_8588a

Isabela Friches

JBranptomJP

Karoline Gaiardo

Santeinteriores

Cristina Saraiva e Vanessa Ely

Revista Casa: Projeto & Estilo – Loft acessível

O estudo da teoria, dos princípios e métodos de projeto associados ao entendimento das interações entre seres humanos ao meio em que vivem e que visam otimizar o bem-estar humano e o seu desempenho de toda a gama de ações nas distintas atividades da vida sempre foi princípio de projeto para todos os profissionais envolvidos com criação, produção e projeto em especial, arquitetos e designers. Projetamos para atender as necessidades de desenvolvimento do ser humano contribuindo para a construção de objetos e lugares compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas viando à eficiência, eficácia e satisfação. Acessibilidade, portanto foi, é e sempre será premissa de projeto. Os cursos de graduação nestas áreas constroem seus projetos político-pedagógicos a partir das diretrizes curriculares nacionais que estão inseridas em políticas públicas educacionais de âmbito federal (MEC).  Os conteúdos vinculados à velha ergonomia são obrigatórios e encontram-se distribuídos em disciplinas de projeto da edificação, urbanismo, paisagismo, tecnologias e desgin entre outros. A grande novidade encontra-se na lufada de ar fresco que proporciona a revista Casa: Projeto & Estilo sobre o debate da equidade no acesso às condições de auto-realização por meio da liberdade que ambientes confortavelmente construídos podem proporcionar aos usuários com ou sem deficiências. Considero uma atitude corajosa e também pioneira. Corajosa por abrir espaço para a apresentação de projetos acessíveis em um mercado editorial onde o belo associado ao inatingível mundo da perfeição impera. Para além do desenho universal que atende pessoas como eu e você leitor, a revista insere em suas páginas espaços que incorporam tecnologias assistivas que proporcionam ou ainda ampliam habilidades funcionais de clientes com deficiências distintas colaborando na viabilização de demandas comumente solicitadas em ambientes domésticos e sociais com estilo, elegância e conforto. Por fim pioneira, pois pretende ampliar a discussão ouvindo o que tem a dizer por meio de projetos nossos jovens e futuros profissionais. Oxalá a atitude da Ciranda Cultural Editora se amplie, espalhe e frutifique país afora disseminando boas práticas de projeto! Parabéns!

Alunas:

Camila Bueno de Freitas (camilabuenodesign@gmail.com)
Carolina Aratani (carolinaaratani@gmail.com)
Leticia Herbas (leticia.herbas@hotmail.com)
Tamiris Herculano Godoy (tamirisherculanogodoy@gmail.com)

Professor: Drª Helena Degreas
Disciplina: Acessibilidade Universal
Curso: Design de Interiores
Centro Universitário FIAMFAAM

O Cliente

Diretor comercial de uma multinacional com sede na França, nosso cliente divide seu tempo entre reuniões de negócios, viagens e a administração de duas residências: uma em São Paulo e outra em Paris. Com cerca de trinta e poucos anos, é solteiro, financeiramente estável e divide o escasso tempo ocioso que tem de duas formas: na companhia de colegas de trabalho que, na condição de enólogos amadores como ele, apreciam um bom vinho e, também, jogando voleibol, esporte que praticou no final da adolescência representando o Brasil nas paraolimpíadas como paraplégico.

O Conceito

O projeto foi idealizado com o objetivo de viabilizar com eficiência e eficácia a realização das tarefas cotidianas de um ambiente doméstico atendendo às especificidades de um cliente com habilidades funcionais motoras reduzidas, associando autonomia no acesso aos espaços, conforto no uso dos mobiliários, facilidade de manutenção e estética compatível com o repertório sóbrio, elegante e cosmopolita do cliente.

A arquitetura

O loft não precisou sofrer alterações drásticas, pois apenas a área do banheiro apresentava paredes. Fluidez, integração física e visual marcaram a concepção dos ambientes propostos. Foram estudados e descritos todos os movimentos e atividades que serão realizados pelo cliente em cada um dos espaços previstos. Em paralelo, os acessos, a circulação, as manobras, as áreas de estacionamento e a formas de transferência da cadeira de rodas para os mobiliários tais como camas, cadeiras, poltronas e sofás foram analisados gerando áreas com as dimensões adequadas ao uso do cliente com conforto.

Ambientes propostos para o loft

Cozinha

Prática e funcional, a cozinha foi divida em setores. O projeto priorizou as manobras e o acesso às áreas previstas, a forma mais adequada de aproximação da cadeira para a realização de cada atividade e as alturas dos equipamentos, gaveteiros e bancadas de apoio. A área de circulação interna da cozinha permite um giro de 360º (garantido por largura e comprimento superior a 1,50 m), viabilizando manobras sem deslocamento. O uso da pia, da bancada de preparo, do fogão com micro-ondas e o acionamento da elegante coifa de parede foram previstos com aproximação frontal, portanto, livre de barreiras e encontram-se a 0,85 m do chão. Ao lado da pia, garantindo alcance manual frontal, foi colocada uma torneira em arco flexível e ducha spray facilitando os movimentos quando da lavagem de utensílios e alimentos. O sifão da pia, articulado e flexível, foi posicionado junto à parede com o objetivo de evitar o contato com a cadeira e as pernas. Em frente ao cooktop elétrico com mesa vitrocerâmica em cor preta que encontra-se sobre a bancada, está posicionada a coifa de parede em aço inox. Os dois apresentam tecnologia touch que facilita o manuseio e permitem alcance manual frontal de 0,50 m. No setor de estoque a 0,40 m do chão, foi colocado um gaveteiro refrigerado em aço inox e um armário com abertura frontal de correr para a guarda de alimentos secos cuja aproximação é lateral. Sobre os dois e, a 1, 15 de altura, fica uma bancada que além de dar acabamento adequado aos equipamentos embutidos, serve de apoio para objetos diversos de decoração ou ainda para cafeteira elétrica, processadores de alimentos, entre outros. Do lado oposto, a bancada tem utilidade dos dois lados: na parte interna à cozinha e com aproximação lateral (profundidade de alcance manual lateral de 0,40 m) foram embutidos a máquina de lavar louças e um gaveteiro para a guarda de utensílios e talheres cujo fundo está a 0,40 m do chão e altura de 0,85 m. Do lado da sala, a bancada em vidro serve de apoio às refeições e tem espaço para duas poltrona giratórias e uma cadeira de rodas com aproximação frontal e alcance manual com profundidade de 0,50 m. Tomadas de chão encontram-se posicionadas a 0,60m de altura e tomadas de pia encontram-se a 1.10 m de altura.

Banheiro

O acesso se dá por uma porta de 0.90 m de vão. A área do banheiro permite um giro de 360º viabilizando manobras sem deslocamento e acesso aos ambientes propostos. A pia foi projetada prevendo uma cuba fixa com altura de 0,85 m. A torneira inclinada em aço inox tem design contemporâneo e parece uma escultura. Seus misturadores foram colocados em frente à bancada do lado direito (o cliente é destro) facilitando o manuseio. O sifão articulado é flexível e está posicionado junto à parede permitindo aproximação frontal com segurança. Em frente e inclinado a 10º, foi posicionado um espelho que toma toda a parede permitindo a visão do usuário em sua totalidade. De um dos lados e, com aproximação lateral para transferência e previsão de área de estacionamento da cadeira de rodas, encontra-se o box onde foi embutido um chuveiro quadrado com luz e fixada na parede uma cadeira de banho com braços móveis. Do lado oposto, foi colocada uma banheira com hidromassagem. A aproximação é lateral e a transferência é viabilizada pela altura do assento e pela porta deslizante (sobe e desce) que permite entrada e saída com facilidade. Os misturadores estão próximos à parede e com alcance manual lateral distante cerca de 0,20 m. O vaso sanitário suspenso a 0.46 m tem altura igualada à da cadeira de rodas e em sua lateral tem um braço móvel. Na outra bancada da pia, foi prevista aproximação lateral pois sob esse espaço, foi colocada uma máquina de lavar e secar roupas compacta cuja abertura é frontal. Ao seu lado, um gaveteiro para a guarda de roupas usadas.

Dormitório e Closet

O conceito de loft permeou todo o projeto, resultando na integração do dormitório à área do closet facilitando a circulação e as manobras realizadas para o deslocamento da cadeira de rodas. Os dois espaços vazios posicionados ao lado da cama motorizada viabilizam o posicionamento lateral da cadeira de rodas e a transferência. Ajustes de tensão, controle individual das posições e massageador proporcionam relaxamento ao morador quando estiver sentado, recostado ou mesmo deitado. Luminárias com foco dirigido ao lado da cama foram alocadas atendendo aos alcances manuais laterais do cliente. Cama e cadeira apresentam a mesma altura gerando conforto e segurança na transferência. Em frente à cama, um painel drywall foi posicionado. No centro e numa altura adequada ao alcance visual do usuário posicionado sobre a cama, foi colocado um aparelho de TV LED de 55” fixado em painel giratório que atende aos dois ambientes; quarto e sala. Com o objetivo de gerar praticidade e conforto para o manuseio de objetos, roupas e acessórios, os armários do closet tem os gaveteiros e demais componentes com alturas variáveis entre 0,40 m e 1,40 m e previsão de aproximação lateral. O espelho do teto ao chão foi colocado com porta única de correr no closet. Iluminação embutida nos armários facilita na visualização interna. A profundidade dos armários é de 0,60 m. Para viabilizar o alcance manual lateral do usuário ( que é de 0,43 m), as prateleiras são deslizantes permitindo acesso inclusive às áreas mais profundas. Os cabideiros são basculantes e mesmo instalados em pontos mais altos, são acessados pelo varão que, mais longo, é puxado para baixo permitindo a descida por inteiro. Com o objetivo de viabilizar a troca de roupas fora da cadeira de rodas, foi colocado um recamier com apenas um encosto lateral.

Sala

As circulações entre a cozinha e a sala são largas, livres de fios, objetos e os móveis apresentam cantos arredondados. Com o objetivo de dar um toque mais acolhedor ao ambiente da sala de estar, o piso de madeira corrida recebeu um recorte que serviu para embutir e fixar um tapete evitando com isso desníveis que poderiam causar acidentes durante a circulação e manobras da cadeira de rodas. Os sofás e as cadeiras Swan que ficam em frente à bancada de refeições tem altura de 0,46 m e atendem tanto à bancada de refeições quanto a sala permitindo integração maior entre os amigos apreciadores de bons vinhos. Em frente à área de estar, encontra-se um aparador com acabamento em laca branca e detalhes em pastilhas de côco resinado com 0,90 m, altura suficiente para encaixar uma adega climatizada que comporta 40 garrafas. Ao lado, dois puffs com acabamento em couro ecológico e pés de madeira embuia na cor branca completam o ambiente.

Varanda

Os módulos que compõem o ambiente de estar na varanda tem espuma de alta densidade e altura nivelada à cadeira de rodas. A aproximação para transferência é lateral e poderá ocorrer a partir do estacionamento da cadeira de rodas ao lado dos sofas. O acesso para a pia e para o setor de apoio para preparo e limpeza de alimentos será frontal. Quanto à área de gaveteiros e uso da churrasqueira, o acesso da cadeira de rodas será lateral.

 

Acessibilidade Universal: projetos de alunos 2012

Estes projetos mostram o resultado de um semestre de exercícios e trabalhos desenvolvidos pelos alunos da disciplina de Acessibilidade Universal do curso de Design de Interiores do Centro Universitário FIAMFAAM. Com quarenta horas, a disciplina aborda temas vinculados aos direitos humanos, conceitos diversos vinculados ao tema, desenho universal, deficiências funcionais e tecnologias assistivas associando-os à ergonomia do ambiente e dos objetos contextualizando as discussões, seminários e projetos nas linguagens e estéticas contemporâneas. Os objetos utilizados pelos alunos são vendidos em lojas e empresas em muitos casos, não especializados em tecnologias assistivas. Esta situação demonstra que, com a compreensão das medidas, comportamentos e necessidades de clientes com deficiências funcionais, designer são capazes de compor ambientes funcionais que também atendem aos padrões estéticos mais refinados.

No início do semestre, nossos alunos foram convidados a criar um programa de atividades para um cliente especial. Trata-se de um apartamento cuja planta é bastante grande e deve atender a uma casal com dois filhos. Ela jornalista renomada de uma rede de TV, é paraplégica e deseja poder percorrer todos os ambientes da casa sem restrições e gozando de autonomia e liberdade de uso. Para a viabilização dos projetos, todos os comportamentos, movimentos e usos dos ambientes foram estudados. Os movimentos da cadeira de rodas, suas manobras e estacionamentos foram previstos em cada cômodo, ambiente e situação incluindo todos os locais da casa viabilizando uso e transferência quando necessário.

Estes são alguns dos trabalhos encaminhados pelos alunos. Os objetos utilizados e empresas encontram-se nas fichas técnicas que estão nos links abaixo das fotos.

Projeto:
Camila Bueno, Tamiris Herculano e Thatiane Pinheiro
Proposta completa

Projeto:
Caroline Almeida, Cássia Sybille, Margarete Brito, Nadia Padilla

Proposta completa

Projeto :
Ana Paula Lopes Dias, Marina Moreira, Will Guimarães

Projeto Completo

Projeto:
Carolina Mayumi, Michele Soaino, Rafaela Perton

Projeto completo

Projeto
Antônia Régia, Maiara Oliveira, Maria Adenice, Rosilene Alves
Projeto :
Amanda Domiciano , Nathalia Toral e Leticia Herbas.

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