
Em seus estudos sobre praças contemporâneas, Macedo (2002) considera duas premissas básicas para conceituar tais espaços: uso e acessibilidade, conceituando-os como espaços livres urbanos destinados ao lazer e ao convívio da população, acessíveis aos cidadãos e livres de veículos. Lembramos que os estudos foram elaborados a partir das praças nas cidades contemporâneas brasileiras. Ainda assim, essa tipologia mantém o caráter de sociabilidade que é intrínseco às funções da praça descartando-se alguns logradouros públicos enquadrados como tal e que nada mais são do que canteiros centrais, rotatórias, restos de sistemas viários gramados não oferecendo condições mínimas adequadas ao exercício do lazer ou acessibilidade da população. Tal fato se deve à necessidade de muitos órgãos públicos municipais de ampliar quantitativamente o número dos seus espaços públicos e de lazer perante a comunidade.
Os primeiros espaços livres públicos urbanos surgiram no entorno das Igrejas. Ao seu redor, foram construídos os edifícios públicos, palacetes e comércio servindo como local de convivência coletiva da comunidade. Murilo Marx afirma que a praça deve a sua existência sobretudo aos adros das Igrejas, onde serviu como espaço para reunião de pessoas e para um conjunto de atividades diferentes, caracterizando-se de forma bastante típica e marcante.
A forma urbana influenciou o traçado de nossos logradouros públicos. Se para a colonização espanhola, as ruas eram traçadas em cruz e na colonização inglesa, francesa, holandesa e belga, os traçados obedeciam a sistemas em xadrez, radiocêntricos e lineares, as cidades de colonização portuguesa cresceram de forma espontânea assumindo a modelagem do terreno e de maneira informal, quando não, à margem da lei.



- Vista panorâmica de Lisboa e ponte 25 de Abril a partir do miradouro do Cristo-Rei.http://migre.me/nQgL






Síntese das principais características
· grandes eixos com pontos focais e estar central;
·hierarquia nas circulações com presença de caminhs secundários perimetrais;
· canteiros que apresentam formas geométricas e espelhadas;
· eixos de circulação ortogonais;
· grande quantidade de áreas permeáveis com o uso da topiaria e das bordaduras em canteiros e caminhos além da grande utilização de espécies exóticas e pouca utilização das espécies nativas;
· utilização de mobiliários e equipamentos tais como coretos, pavilhões, espelhos d’água, estátuas, monumentos, fontes, bustos;
· vegetação arbórea plantada ao longo dos caminhos para sombreamento;
· grande utilização de espécies exóticas européias e pequena utilização de espécies nativas;





Disponível em: http://migre.me/nP9H . Acesso: 12.03.2010 18:25:15
MARX, M. Cidade Brasileira. São Paulo: Melhoramentos: Editora da Universidadede São Paulo, 1980.
ROBBA, F; MACEDO, S. S. Praças Brasileiras. (public squares in Brazil). São Paulo: Edusp: Imprensa oficial do Estado. 2002, 312p.
SEGAWA, H. Ao amor do público: jardins no Brasil. São Paulo: Studio Nobel:Fapesp, 1996.
Endereços eletrônicos
A vegetação na paisagem urbana. Resenha de Márcia Nogueira Batista do livro
TERRA, Carlos; ANDRADE, Rubens de; TRINDADE, Jeanne; BENASSI, Alfredo. Arborização. Ensaios historiográficos. Rio de Janeiro, Maia Barbosa, 2004, 215 p.
Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/resenhas/textos/resenha145.asp
Acesso: 24.03.2010 As 23h:37:25

