Revista Casa Projeto & Estilo: apartamento acessível

FIAMFAAM Centro Universitário

Alunos: Ana Paula Higa e Ricardo Cipolla
Foto: Tulio Oliveira
Escritório Modelo: Acessibilidade Universal
Curso: Arquitetura e Urbanismo
Profª: Drª Helena Degreas

Ricardo Cipolla e Ana Paula Higa
Ricardo Cipolla e Ana Paula Higa

Conceito

É possível projetar ambientes confortáveis, bonitos, de fácil manutenção e que ainda assim sejam suficientemente flexíveis para se adaptarem às mudanças físicas do nosso corpo em diversos estágios da vida? É possível morar num mesmo lugar por décadas? A partir destas questões, alunos do escritório modelo do curso de arquitetura e urbanismo projetaram um apartamento de aproximadamente 52 m² preocupando-se em atender as necessidades de desenvolvimento do ser humano, construindo objetos e lugares compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas visando à eficiência, eficácia e satisfação. Acessibilidade, portanto, foi a premissa de projeto. Para o caso, o desafio proposto foi o de viabilizar espaços que atendam tanto um casal de jovens quanto pessoas idosas e que apresentem a necessidade de uso de tecnologias assistivas.

Os problemas mais comuns enfrentados em nossos lares

Dificuldade em usar tomadas, passar por portas, corredores ou ainda mover-se livremente em ambientes estreitos, escorregar em pisos lisos ou molhados, derrubar ou ter dificuldade em alcançar objetos que estão mais altos em armários são situações que enfrentadas diariamente por todas as pessoas e que aparentemente são corriqueiras. Mas não deveriam ser: pequenas adequações de projeto geram maior qualidade de vida a todos os usuários.

planta do apto

Pequenas mudanças gerando maior conforto

Para atender às expectativas dos clientes, foram estudados os principais ambientes de um lar. Com isso, a planta do apartamento foi reformada: os dois dormitórios minúsculos que mal comportavam uma cama e armários deram espaço a um dormitório de casal e ampliaram a área do banheiro. A cozinha e a área de serviço antes enclausuradas por paredes, foram reformuladas visando à funcionalidade e eficiência frente às necessidades e comportamentos contemporâneos dos moradores. A cozinha que utilizou granitos, madeiras e cerâmicas antiderrapantes, não só ampliou o espaço como também permitiu a comunicação entre os moradores e eventuais visitantes da casa. Para atender às diferentes estaturas, o cooktop elétrico juntamente com a pia e os armários de parede, todos em aço, têm alturas reguláveis graças aos trilhos de correr. Gaveteiros, estantes, adega, bancadas, toalheiros e demais acessórios foram projetados com alturas que vão entre 0,40m e 1,40m gerando conforto no uso. Portas, corredores e áreas de circulação tem vão de 0,90m mínimo para atender a movimentação e a passagem de uma pessoa em pé ou com mobilidade funcional motora reduzida, usando ou não auxílio para a locomoção como cadeira de rodas, andador ou muletas. A bancada de apoio dobra seu tamanho e pode ser usada tanto para receber amigos quanto como estação de trabalho comportando papéis, laptop e demais materiais. Todas as tomadas do apartamento são altas e foram implantadas há 1.10m de altura.

Cozinha com princípios de Desenho Universal
Cozinha com princípios de Desenho Universal

Dormitório e sala minimalista compartilham o mesmo aparelho de TV que, graças ao mecanismo que o faz girar, viabiliza o uso em ambientes distintos. O tapete, embutido no piso é fixado ao chão evitando movimentação e garantindo segurança ao morador.

Os armários do dormitório tem divisórias e nichos que otimizam o espaço organizando roupas e acessórios adequadamente. Os varões, apesar de estarem em pontos mais altos, são articulados e móveis trazendo as roupas dos cabides para perto do morador e permitindo o uso de praticamente toda a parede do dormitório de forma funcional evitando o desperdício ou ociosidade de espaços. Com isso, mesmos os pontos mais altos ficaram acessíveis.

Living com princípios do Desenho Universal
Living com princípios do Desenho Universal

As portas de correr receberam espelhos que dão mão leveza e amplitude ao ambiente. A área de banheiro recebeu tons neutros dando mais sobriedade e classe ao ambiente. O espelho toma toda a parede e encontra-se inclinado facilitando a visualização de todo o corpo. A pia é deslizante, pois encontra-se fixada a um sistema de trilhos. Existe o espaço para a colocação de barras de apoio entre o vaso, pia e bancada caso necessários. Ao box foi incorporado um banco retrátil que garante maior conforto durante o banho.

Banheiro acessível: elevação
Banheiro acessível: elevação

 

 

Acessibilidade em Salão de Beleza: revista Casa Projeto & Estilo

FIAMFAAM Centro Universitário

Alunas: Isabel Corso e Bruna Lisboa
Disciplina: Acessibilidade Universal
Curso: Design de Interiores
Tutor: Profª Helena Degreas

Isabel Corso e Bruna Lisboa

Introdução

“Percebi outro dia que levantar das poltronas estava difícil… Acho que eu também envelheci juntamente com minhas clientes” desabafa Dª Maria Antonieta proprietária de um elegante salão de beleza localizado num bairro nobre de São Paulo há quarenta anos e que observa, com tristeza, a fuga de suas clientes tradicionais para os concorrentes da vizinhança.

Convencida de que deveria tomar uma atitude para reverter o processo de esvaziamento do salão, a cliente solicitou aos alunos do escritório modelo dos cursos de design, arquitetura e urbanismo a elaboração de um projeto de reforma priorizando o atendimento de pessoas com idade superior a sessenta anos vez que o bairro concentra um índice altíssimo de pessoas idosas.

Atenta ao número de horas que suas clientes permanecem no salão e aos comentários que invariavelmente se remetiam às dores no pescoço, costas, pernas e braços que ocorriam ao longo de sua estadia durante os procedimentos estéticos, Dª Maria Antonieta solicita que os ambientes sejam além de funcionais e bonitos, confortáveis e acolhedores.

O Partido

A partir destas informações, as alunas identificaram um público-alvo bastante diversificado com perfis etários distintos gerando a necessidade de mudança nos tipos de serviços, nos ambientes projetados e no mobiliário como forma de oferecer mais qualidade de atendimento e conforto para um cliente mais exigente. Para atender pessoas com idades, habilidades motoras e perfis distintos, as alunas optaram por adotar os princípios do desenho universal para o desenvolvimento do design de móveis e ambientes do salão.

As soluções adotadas

Por meio da flexibilidade e adaptabilidade dos novos mobiliários às características físicas de cada indivíduo como estatura, alcances e habilidades motoras diversas, oferecer conforto personalizado ao cliente, respeitando-o e valorizando-o ao considerar suas opiniões. A partir da definição do novo programa de atividades, as alunas distribuíram os ambientes nos dois andares do salão. Especial atenção foi dada à dimensão dos vão das portas que receberam, dependendo do local, aberturas sempre superiores a 1.10m para facilitar o acesso de cadeira de rodas e andadores. Os pisos são todos de material antiderrapante com cores e padrões contemporâneos. As tintas utilizadas são laváveis e apresentam cores neutras tais como beges, branco e salmão criando um tom mais elegante e sóbrio.

Revsita Casa Projeto & Estilo

As poltronas nos lavatórios, sala de maquiagem, suíte da noiva e salão de cabelereiros são revestidas em espuma laminada e estofadas com revestimento de fácil limpeza. A base hidráulica permite o ajuste de altura dos assentos e seus braços são articuláveis. Apresenta apoios para cabeça e pés com sistema flexível e reclinável proporcionando extremo conforto ao ajustar-se às características físicas de cada cliente. As cubas dos lavatórios são articuladas e reclináveis, permitindo o ajuste entre inclinações e alturas de cabeça e pescoço. As demais poltronas e cadeiras em sala de espera, escritório e áreas externas tem altura mínima de 0.50m e em, alguns casos, não apresentam braços laterais para facilitar a aproximação e transferência de uma pessoa em cadeira de rodas.

Os espelhos localizados nas áreas dos sanitários e sala de maquiagem ocupam toda a bancada e estão inclinados a 10o para facilitar a visualização de quem está sentado. Os demais espelhos das áreas cabelereiro são duplos, ocupando toda a parede.

Revista Casa Projeto & Estilo

Bancadas de trabalho e consoles com o apoio de gaveteiros foram idealizados com alturas compatíveis à aproximação frontal (entre 0.75 e 0.85cm) e estão livres de qualquer obstáculo, evitando ferimentos. Os expositores que ficam ao lado da sala de estar e recepção foram projetados com estantes que tem alturas confortáveis entre 0.40cm e 1.40cm para quem está em pé ou sentado facilitando a visualização e o acesso frontal quanto lateral de todos os produtos. A mesma solução foi adotada para a colocação de toalheiros, porta bolsas e demais acessórios.

Revista Casa Projeto & Estilo

As salas de Spa privilegiam o tratamento estético pelo uso das águas complementando com  massagens relaxantes. No local foram colocadas poltronas elétricas com apoios de braços escamoteáveis com movimentos para costas e pernas independentes além de alturas reguláveis permitindo diferentes posições (sentado e deitado). O local também possui uma banheira com jatos de ducha reguláveis com um design que facilita a entrada e saída com mais segurança, pois suas portas deslizam para cima e para baixo permitindo um banho na posição sentada e em pé.

Planta Piso Superior  e  Planta Térreo A1

 

 003

Design acessível: quarto de menino

Ana Júlia Ribeiro, Barbara Cabral,Karoline Gaiardo

Alunas
Ana Júlia Ribeiro
Barbara Cabral
Karoline Gaiardo

Foto: Elielton Caetano
Grafite: Alex Secos

Professor: Drª Helena Degreas
Disciplina: Acessibilidade Universal
Curso: Design de Interiores
Centro Universitário FIAMFAAM

Casa projeto e Estilo novembro 2012

 

Cliente

Que tal “dropar a rampa” ou ainda “executar um backflip” radical? Quedas espetaculares à parte, estas expressões integram o vocabulário que compõe o cotidiano de vida do jovem cliente viciado na prática do Hardcore Sitting, esporte urbano com manobras inspiradas nos movimentos dos patins e skates e praticado por deficientes motores em cadeiras de rodas adaptadas.

Conceito

Com cerca de 25m², a suíte atende a um programa de atividades de um rapaz com vida social, de trabalho e familiar bastante intensa. Muito além de dormir, o local também propicia o desenvolvimento de outras atividades  tais como estudos, jogos, leituras e exibições de filmes para amigos. Geek convicto, o rapaz é fã de games, mangás e gosta de músicas contemporâneas.

Projeto Casa & Estilo  revista Casa Projeto & Estilo

Revista Casa Projeto & Estilo

 

Arquitetura

Para conseguir viabilizar usos tão diversificados, a família solicitou a unificação de duas das suítes do apartamento. Com isso, o local ganhou mais espaço para distribuir os ambientes com mais conforto e qualidade.

Ambiente para dormir
Foi escolhida uma cama de solteiro com altura compatível para a transferência com estrado motorizado cujo movimento é anatômico, articulado e duplo (cabeceira e pés). Numa das laterais, a extensão do baú de futon com almofadas coloridas gera uma bancada mais baixa que serve como um criado mudo que, além da luminária com foco dirigido para leitura confortável na cama, permite o descanso do controle de automação que controla tanto os aparelhos e caixas de som embutidas no forro de gesso, quanto a iluminação, TV e vídeo game que encontram-se no quarto

Ambiente para games
O local é composto por um suporte articulado de TV (LED de 55”) com movimentos laterais e inclinção de até 15 graus e que permite a movimentação do aparelho para adequar-se às necessidades de posicionamento dos jogadores no dormitório confortavelmente. Associado ao aparelho, o local dispõe de bancada para colocação do console, dos controles wireless sem fio e dos demais adaptadores interativos que compõe a série de dezenas de jogos como taco de baseball, taco de golfe, raquete de tênis e tênis de mesa. Além de divertir, os games interativos colaboram no desenvolvimento das habilidades motoras melhorando a condição física de seus jogadores. Para a movimentação dos jogadores (em cadeira de rodas ou em pé) foi disponibilizado um espaço livre ao lado da cama e dos assentos em L que se encontram na parede.

Estação de estudo e trabalho
Trata-se de uma longa bancada de madeira com altura compatível para o ambiente de trabalho e estudo do cliente. O comprimento é necessário para poder comportar computador, tela, impressora entre outros equipamentos. Gaveteiros utilizam sistema de trilhos deslizantes. O armário para guarda de livros está suspenso do chão, adequando-se ao alcance manual lateral e encontra-se do outro lado da bancada. Sobre ela, foram colocadas as tomadas para acesso manual frontal.

Banheiro
A pia foi embutida na bancada e recebeu um sistema de barras de parede móvel que permite adequação às alturas dos distintos usuários. O sifão articulado é flexível e está posicionado junto à parede permitindo aproximação frontal com segurança. Os misturadores de água são frontais facilitando o manuseio do cliente. Os espelhos foram inclinados a 10 graus garantindo um campo de visão adequado tanto para quem se encontra sentado quanto para quem está em pé. A cadeira do chuveiro e o vaso também receberam o sistema de barras, facilitando o estacionamento, acesso e transferência do jovem.

Revista Casa Projeto & Estilo  Revista Casa Projeto & Estilo

 

Armário para roupas
Gaveteiros e demais componentes do armário foram colocados com alturas que variam entre 0,40 m e 1,40 m para gerar praticidade e conforto para o manuseio das roupas, sapatos e acessórios a partir de uma aproximação lateral. Apesar da profundidade de 0,60 m, o armário tem prateleiras deslizantes que permitem o acesso ás áreas mais profundas do armário viabilizando o alcance manual lateral do usuário. Mesmo instalados em pontos mais altos, os cabideiros são basculantes e podem ser acessados pelo varão que sofreu adaptação (o cabo é mais longo que o usual) para ser acessado com conforto. Ao lado do armário de portas deslizantes, foi colocado um espelho que vai do teto ao chão.

Revista Casa Projeto & Estilo

 

Completam a decoração a fita de LED RGB que além de bonita, permite a visualização do ambiente à noite graças à luz tênue e a cortina de correr automatizada blackout.

Por um projeto de paisagismo acessível: Revista Casa Projeto & Estilo

Projeto publicado no Espaço Universitário da Revista Casa Projeto & Estilo (ano 3, no. 21)

Alunas:

Daiana Rada
Fátima Dionízio
Juliane Hemmel
Rose Alves

Professor: Drª Helena Degreas
Disciplina: Acessibilidade Universal
Curso: Design de Interiores
Centro Universitário FIAMFAAM

vista de várias ambientes à noite

Conceito

Com cerca de 300m², o segundo pavimento da cobertura duplex apresenta um projeto de paisagismo ousado para atender ao programa de necessides bastante extenso e diversificado da família que é composta por uma casal de empresários do ramo de entretenimento, dois filhos universitários (um deles ingressante em medicina e com deficiência funcional motora) e seus avós que apresentam mobilidade reduzida e tem uma intensa atividade social.

Os espaços do apartamento são utilizados praticamente todas as noites e finais de semana pelos filhos e pelos avós concomitantemente, situação esta que gerou a necessidade de setorização da planta.


Programa de Arquitetura

Fitness Room, Espaço das águas, Solarium e Spa, Jardim Vertical: sabores e aromas, Game Room, Área Gourmet, Sala de Degustação, Estar (fire place e mini golfe), Sauna, Sanitários.

Foram estudados e descritos os movimentos e atividades que serão realizados pelos clientes. Com isso, todos os assentos foram adequados à transferência do usuário de cadeira de rodas e também às necessidades de movimentação independente dos idosos alterando-se as alturas, encostos, apoios e densidade das espumas utilizadas nos mobiliários. Acessos, circulação, manobras, áreas de estacionamento e transferência do usuário de cadeira de rodas foram previstos gerando áreas e dimensões adequadas ao uso do cliente com conforto. Para o acesso  entre os andares, optou-se pela manutenção da escada original e também pela incorporação de uma plataforma elevatória elétrica com bateria de reserva que funciona como dispositivo de segurança para a falta de energia.

Espaço das águas

Revestimentos sortidos e atraentes como o vidro e pedras semipreciosas, conferem acabamento luxuoso ao espaço das águas. Muito além da natação, o local criado abriga espelhos d’água com profundidades diversas que, alternados com jardins e repuxos dágua, permitem vivenciar experiências diversas tais como tomar sol e refrescar-se na prainha, conversar entre amigos ou simplesmente relaxar usufruindo dos benefícios da cromoterapia e da massagem dos jatos de água que se encontram numa das paredes atrás dos bancos submersos na piscina. O acesso e a transferência para a área foi especialmente projetado com uma cadeira elevatória (elevador aquático) que permite a imersão na água com conforto e segurança tanto do rapaz quanto do casal de idosos em qualquer profundidade. A piscina foi dotada de corrimãos internamente à água para viabilizar o acesso para os distintas habilidades motoras.

Os assentos imersos ao lado do pequeno jardim que, além de local para contemplação da borda infinita e do som das águas em movimento, também foi dotado com jatos de água para hidromassagem. Buscando a harmonia entre corpo e mente, o projeto utiliza a tecnologia para fins também terapêuticos. Por meio do uso de luzes e cores vibrantes e relaxantes, os moradores usufruem dos benefícios da cromoterapia. No deck, os bancos em capitonê tornam o ambiente para conversas mais aconchegante ao som das águas que escoam pelos vasos ou que caem da borda infinita.

vista superior espaço das águas

Corpo e mente: solarium e spa num mesmo espaço

Para melhor atender a todas as idades e necessidades de cada morador, no deck modular foi colocada uma cama de massoterapia sobre uma plataforma elétrica elevatória, permitindo ajuste da altura que se adequa tanto para a massagem e fisioterapia quanto para o banho de sol. O som proveniente da cortina d’água e o perfume das flores plantadas no jardim vertical completam a tranquilidade do ambiente. O acesso se dá pela plataforma elevatória.

solarium e massoterapia

Jardim Vertical: sabores e aromas

Próximo a área gourmet, o jardim vertical além de atender àqueles que estão preparando os alimentos (plantio de diversas especiarias e temperos) na área gourmet, serve como terapia ocupacional para a avó que cultiva pequenas hortaliças em vasos suspensos. As dimensões e alturas da parede verde (entre 0.40m e 1.40m) facilitam tanto o alcance manual frontal da idosa quanto viabilizam o alcance manual lateral do rapaz sentado em cadeira de rodas.

horta vertical e estar ao lado da borda infinita

Estar entre amigos

Espaço multiuso que permite encontros descontraídos entre os jovens ao redor da lareira portátil elétrica para um luau ou simples bate papo. O local apresenta também uma cesta de basquete baixa e área de mini golf para partidas mais intimistas com tacos adaptados cujas dimensões se adequam ao rapaz em cadeira de rodas. No jardim laeral, vasos com espécies frutíferam completam o espaço para diversão. Nas paredes grafite com tema contemporâneo.

vista da área de estar entre amigos noite

Game Room

Com o objetivo de divertir e também colcaborar na redução do risco de declínio das funções cognitivas (memória e raciocínio), foi projetado um espaço com jogos eletrônicos que simulam movimentos de atividades físicas através de mecanismo de realidade virtual e tecnologias de rastreio e atuação. Os movimentos realizados desenvolvem as habilidades motoras melhorando o condicionamento físico, a percepção  e lógica proporcionando momentos de diversão e relaxamento tanto individualmente quanto em grupos sendo acessíveis para qualquer pessoa, tanto para aqueles com mobilidade reduzida quanto para pessoas com deficiências funcionais motoras.

vista estar entre amigos alta resolução noturna

Fitness Room

Com o objetivo de criar um treinamento específico para que o jovem alcance um excelente condicionamento físico por meio da flexibilidade, força, eficiência cardiovascular, resist~encia aeróbica e muscular localizada, o espaço foi dotado de aparelhos que trabalham o alongamento, coordenação motora, musculatira dos membros superiores e abdômen trabalhando bíceps e tríceps. Para os idosos, foram colocados aparelhos que simulam caminhadas além de rodas, eixos, roda de barra, pesos e alavancas que são indicados para o fortalecimento e flexibilidade muscular além da melhoria da coordenação motora.

Sala de Degustação de vinhos e adega

Espaço informal para receber os amigos e amantes de vinhos e queijos do casal de idosos, o local recebeu adega climatizada, gaveteiros refrigerados, pias e bancadas com alturas que atendem tanto ao jovem  em cadeira de rodas quanto aos amigos octagenários que celebram a vida com boas taças de vinho. Para indicar a localização dos vinhos, a adega foi dotada de um sistema automatizado que utiliza iluminação LED e cujos rótulos são dastrados e mapeados, funcionando como vinoteca eletrônica.

adega e sala de degustação vista noturna

Área gourmet

Prático e funcional, o projeto priorizou as manobras, acesso (alcance manual frontal e lateral) e aproximação da cadeira tanto para o rapaz quanto para o casal de idosos para a realização de cada atividade adequando-se alturas e dimensões de bancadas de apoio, gaveteiros refrigerados, churrasqueira, forno elétrico e cooktop.  O sistema de acionamento touch facilita o manuseio para as diversas habilidades dos usuários. Sofás e pufs com revestimento em tecido náutico conferem resistência às variações de tempratura e também charme pelo aspecto rústico.

Sanitários

Além da aproximação e alcance manual frontal previstos, as pias são acopladas a um sistema de barras de parede móvel que permite ajuste de alturas para os diversos usuários. Os misturadores são frontais e o sifão é articulado e flexível. Os espelhos foram inclinados a 10º para garantir a visibilidade do usuário em cadeira de rodas.

Especificação dos móveis e equipamentos utilizados no projeto

capa

Algumas reflexões sobre valores, comportamentos e projeto para pessoas com deficiências funcionais

Não é muito do meu feitio, mas achei que seria importante postar algumas reflexões que fiz sobre algumas questões que permeiam meu cotidiano de aulas e que, de certa forma, foram objeto de entrevista de um jornalista, (cujo trabalho respeito e admiro muitíssimo) que escreve sobre o universo de pessoas com deficiências.

Logo “de cara”, ele afirmava que as pessoas estão “acostumadas” a determinadas arquiteturas sem pensar nas pessoas com deficiências que, por sua vez, passam despercebidas na sociedade. Logo depois, pedia para que eu discorresse sobre o assunto.

Homem Vitruviano (Leonardo da Vinci)

Não vou negar: empaquei na hora.

Como assim, estão “acostumadas”? Como assim, “despercebidas” por nós? Arquitetos? Desde quando?

Com o objetivo de responder de forma o “mais soft possível”, decidir “ir a fundo” no significado da palavrinha “acostumadas”. Isso significa que fui, de forma breve, contextualizar valores sociais vinculados às ações e comportamentos para com as pessoas que apresentam algum tipo de deficiência funcional.

Deixo aqui, parte do material que pesquisei. É uma forma de me colocar sobre o assunto e expor aos meus alunos o que penso.

Contextualização das questões

Antes de qualquer coisa, é importante lembrar que cada pessoa é reflexo do mundo onde se encontra. Materializamos em nossos pensamentos, em nosso jeito de ser, decisões, atitudes e comportamentos que refletem os valores inerentes ao local e à época em que vivemos. Podemos até não concordar, mas aprendemos a ser humanos junto com outros humanos.

A despeito do caráter ou do livre arbítrio, nossas decisões são pautadas pelas tradições e valores morais, intelectuais e até espirituais dos grupos dos quais fazemos parte. Se algo não está no nosso foco de atenção ou não é prioridade, ou não é, provavelmente, um problema direto que nos afete: isso quer dizer que não será sequer notado, pois não tem significado palpável, concreto nem para o indivíduo e nem para o grupo social predominante.

Somos sensibilizados apenas por aquilo que somos capazes de compreender como problema. Estamos imersos numa cultura, num contexto social.

Neste momento, faço uma nova pergunta: quando foi que a acessibilidade para pessoas com distintas características físicas (alta e baixa estatura, com obesidade mórbida ou anorexia, grávidas ou idosos) e também com deficiências funcionais ou estruturais do corpo (aquelas que limitam ou ainda restringem o desenvolvimento de atividades e a participação da pessoa) transformou-se em pauta que permeia as discussões contemporâneas brasileiras e mundiais? Porque isso aconteceu?

O final do século XX foi palco de um conjunto de ações sociais que levaram a mudanças de paradigmas e por conseqüência, revisão de várias posturas, conceitos e ideologias em especial ao que diz respeito às premissas do desenvolvimento:

Mudança na maneira de pensar sobre o desenvolvimento: economista e planejadores de desenvolvimento acreditavam que o crescimento econômico seria o princípio para a erradicação da pobreza mundial.

Primeiro porque com o crescimento das forças de mercado, haveria geração de empregos, salários, consumo, entre outros e a riqueza se distribuiria inevitavelmente.

Segundo porque os Estados, com maior arrecadação, iriam concentrar seus esforços no atendimento das necessidades básicas dos pobres ampliando seus benefícios;

Terceiro porque acreditava-se que o destino dos pobres não deveria ser a preocupação principal de mercado e governos pois, com o acúmulo do capital, e construção de infraestruturas associados à capacidade produtiva do mercado ocorreria naturalmente uma melhoria posterior na situação dos pobres.

O modelo do capitalismo pautado na eficiência, eficácia e geração de lucros não se mostrou suficiente para responder às desigualdades sociais. A revisão do modelo de desenvolvimento ocorre ao longo da década de 80.

O desenvolvimento deixa de ser um fim em si mesmo e passa a ser medido a partir do ser humano. Surge o conceito de desenvolvimento humano cujo enfoque pautava-se na melhoria das condições humanas.

A década de 90 presenciou a publicação do Relatório do Desenvolvimento Humano do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas. O desenvolvimento humano foi definido como um processo de ampliação das escolhas humanas, não limitado apenas a diferentes tipos de produtos como utensílios domésticos, roupas, etc., mas a escolhas mais importantes, tais como de empregos, educação e lazer.

O desenvolvimento humano tem por princípio a formação das potencialidades humanas, tais como saúde, conhecimento e habilidades, e o uso destas potencialidades pelas pessoas por meio de suas habilidades e vontades aplicadas em atividades políticas, sociais ou de lazer como exemplos. Questões associadas aos direitos civis, políticos e equidade, permeiam todos esses fatores. Para que o desenvolvimento humano possa ocorrer é preciso associar fatores tais como crescimento econômico, desenvolvimento de recursos humanos, direitos humanos, paz e segurança além de sustentabilidade.

– A partir da nova premissa, o Desenvolvimento Humano cria a demanda por equidade, ou ainda, a busca por justiça e igualdade a partir de critérios que levam em conta os valores morais vigentes, o regime político e os princípios gerais do Direito de cada país.

– A disseminação da informação, agora mais rápida e abrangente, facilitou a disseminação de conteúdos globais no âmbito dos direitos humanos e cidadania.

– A maior mudança social ainda na década de 80 foi a revisão do conceito de cidadania que passa a reivindicar não apenas o direito á habitação, saúde, trabalho, lazer, etc., como também direitos políticos e o direito da autorrealização, incluindo nos debates contemporâneos questões ligadas aos direitos sociais.

– Mudaram também os agentes sociais. Se até pouco tempo as decisões públicas e de cidadania eram tomadas pelos governos e Estados, verdadeiros monopólios, hoje essas mesmas decisões são compartilhadas com novos agentes oriundos do terceiro setor (sociedade civil organizada) a partir de um exercício coletivo, disperso, fragmentado com ideais muitas vezes difíceis de serem alcançados. Trata-se de uma construção social ampla, cuja necessidade do diálogo, da tolerância, do respeito às diferenças tornam-se mais imperativas, buscando mitigar possíveis efeitos adversos a determinados grupos, mas com soluções cada vez mais consensuais e democráticas.

A pessoa com deficiência: uma contextualização necessária das problemáticas que envolvem o tema

É nesse contexto, na busca pela autorrealização e também dos direitos políticos, civis, é que se expressam as várias minorias não atendidas em suas necessidades nem pelos Governos e Estados (primeiro setor) e nem pelos mercados (serviços, comércios, indústrias, agriculturas, etc.): surgem como novos agentes sociais, as pessoas com deficiência que, organizados em ONGs, institutos, fundações, etc., buscam a equidade lutando por seus direitos civis e sociais.

Ações pontuais para atendimento das pessoas com deficiência sempre ocorreram de forma fragmentada até praticamente o final do século XX. As décadas de 70 e 80 presenciaram a mudança no entendimento social e no tratamento das pessoas com deficiência. Num primeiro momento, a sociedade associava os conceitos de deficiência e doença como se fossem sinônimos.

A própria OMS – Organização Mundial da Saúde, com o objetivo de conhecer mais sobre as conseqüências das doenças publicou em meados da década de 70 a Classificação Internacional de Deficiências,Incapacidades e Desvantagens (CIDID), título este que carrega uma conotação negativa. Paralelamente a esta fase, a visão assistencialista de conotação religiosa gerava sentimentos os mais diversos nas pessoas: as ações vinculadas à caridade eram alimentadas predominantemente pelos sentimentos de piedade e dó.

Mais recentemente, a OMS revisou vários dos conceitos da CID substituindo-a pela CIF – Classificação Internacional de Funcionalidade. Nela, a incapacidade e a deficiência são avaliadas a partir do contexto ambiental onde as pessoas vivem. Significa que um local de vida pode, a partir das suas características físicas, por exemplo, impor limitações ou restrições a usuários com algum tipo de deficiência estrutural ou funcional do corpo interferindo na qualidade de vida e no relacionamento social do indivíduo. Arquitetura deficiente, como diria minha querida Thais Frota.

Questões e problemáticas vinculadas à pessoa com deficiência passaram a incorporar a agenda de discussões sociais há poucas décadas, embora ações pontuais tivessem permeado todo o século XX tanto no Brasil como no mundo. De maneira mais sistemática e no bojo de reivindicações por uma cidadania mais ampla para além do atendimento das necessidades básicas, vários grupos sociais não atendidos pelas políticas públicas dos Governos e do mercado, fizeram-se agentes de sua própria mudança buscando a equidade, lutando por seus direitos civis e sociais.

Muito se fala da falta de “sensibilidade” dos diversos segmentos sociais para as causas que envolvem pessoas com deficiência. Causas mais do que justas e cujo atendimento é premente, pois afetam diretamente a autorrealização, o desenvolvimento de atividades cotidianas de vida e a participação social do indivíduo.

Mudanças de comportamentos sociais, de atitudes e mentalidades construídas culturalmente ao longo de várias gerações, demandam educação e, portanto, tempo para sua compreensão, assimilação e conseqüente geração de mudanças.

A inclusão hoje encontra-se no âmbito dos direitos civis e da cidadania. Com a revisão do conceito pela OMS (Organização Mundial da Saúde), a deficiência sai da Classificação Internacional de Deficiências,Incapacidades e Desvantagens e vai para a Classificação Internacional de Funcionalidade. Nessa nova classificação, a incapacidade e a deficiência são avaliadas a partir do contexto ambiental onde as pessoas vivem. Significa que um local de vida pode, a partir das suas características físicas, por exemplo, impor limitações ou restrições a usuários com algum tipo de deficiência estrutural ou funcional do corpo interferindo na qualidade de vida e no relacionamento social do indivíduo.

Todo este quadro aponta para a necessidade de adaptação mas abrangente.

Se Governos, mercados e sociedade precisam de tempo para assimilação dos direitos civis e políticos da pessoa com deficiência, nossas arquiteturas também precisam de tempo (edificações e espaços anteriormente construídos) para passar por adaptações para novas e tão necessárias demandas dos novos agentes, cidadãos conscientes de seus direitos sociais.

O espaço físico é apenas um dos ítens que deve ser tratado, como exposto anteriormente.

Apesar do senso comum contemporâneo apontar arquitetos e demais profissionais da construção civil como vilões da acessibilidade, podemos afirmar que que a responsabilidade pelo situação que hoje encontramos encontra-se compatilhada em diversos agentes e setores.

Todos os projetos para edificações, atendem obrigatoriamente a normas, códigos e legislações edilícias, padrões de ocupação e construção previstos em legislações urbanístcas, normas de segurança contra incêndios, além de responder conceitual e espacialmente à demanda do contratante seja ele instituição pública ou privada das épocas em que foram projetados e construídos. Projetamos sonhos, é bem verdade.

Arquiteturas belíssimas… mas sem o atendimento às leis , normas e códigos nenhuma edificação tem a autorização de funcionamento chancelada pela fiscalização pública responsável.

Isso precisa ser dito.

 

Revista Casa: Projeto & Estilo – Hotéis acessíveis

Antes de iniciar a apresentação, quero agradecer Revista Casa: Projeto & Estilo a oportunidade dada aos jovens das várias instituições de ensino superior deste imenso Brasil. Mostrar suas ideias, apresentar propostas, apontar soluções que dão mais qualidade de vida aos usuários por meio do uso dos princípios do Desenho Universal e do uso de tecnologias assistivas (muitas vezes inovadoras, criadas pelos próprios alunos para atender deficiências funcionais específicas) é muito importante para a conscientização de todos e para a mudança de cultura. Parabéns aos editores!





Centro Universitário FIAMFAAM

Curso: Design de Interiores

Disciplina: Acessibilidade Universal

Aluno: Caroline Almeida, Cássia Sybille , Margarete Brito, Nadia Valencia, Willian Guimarães

Orientador: Profª Drª Helena Degreas

Introdução

Em 2014, doze cidades das cinco regiões brasileiras receberão a Copa do Mundo. Bilhões de reais serão investidos na remodelação, ampliação e construção de infraestrutura das capitais para atender aos milhares de turistas que virão ao evento. Trata-se de garantir o acesso a todas as oportunidades de lazer, cultura e entretenimento do país. Os resultados preliminares da amostra do Censo Demográfico 2010 do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística expressam o crescimento do número de pessoas que declarou algum tipo de incapacidade ou deficiência permanente visual, auditiva, motora e intelectual de acordo com o grau de severidade. De 14,5% em 2000, os novos questionários apontaram para a existência de uma população de 35.792.488 ou ainda, 23,9%  dos cerca de 190 milhões de brasileiros. Ao seguir as recomendações da OMS – Organização Mundial da Saúde na coleta de dados, o Brasil incorpora ao universo de deficientes aqueles que apresentam alguma dificuldade de enxergar, ouvir, andar e compreender diagnosticando graus diferenciados de deficiência funcional.

Hospitalidade e deficiências funcionais

A infraestrutura voltada à hospitalidade deve garantir não apenas condições de acesso e mobilidade bem como oferecer condições equitativas funcionais, estéticas e de usabilidade das acomodações hoteleiras. A partir de uma pesquisa qualitativa, foram avaliadas as opções de alojamento para pessoas com deficiência em diferentes hotéis procurando-se identificar a existência dos requisitos necessários para a adequação às condições específicas para o uso dos espaços propostos além dos recursos e serviços existentes para as deficiências auditiva, visual e motora.

Uma primeira observação aponta para a existência de apartamentos standart, ou ainda, padrão, não havendo nenhuma menção quanto à oferta de unidades adaptadas maiores ou com serviços diferenciados para os diversos perfis sócioeconômicos e culturais deste segmento.

As adaptações atendem parcialmente às condições de mobilidade de pessoas com deficiência funcional motora. A distribuição do mobiliário nas unidades e das peças sanitárias nos banheiros desconsidera as necessidades de manobra, estacionamento e transferência. Armários, tomadas, bancadas, arandelas, locação de secadores de cabelo, altura de roupões e toalhas são apenas alguns dos itens que encontravam-se em alturas incompatíveis com as condições de acesso manual frontal ou lateral da pessoa em cadeira de rodas e de idosos.

Quanto ao acesso às informações e comunicação em folders referentes aos serviços de hospedagem tais como cardápios, uso da lavanderia, concierge, informações de segurança (planta tátil da rota de fuga) entre outros, encontravam-se apenas em mídia impressa restringindo o acesso apenas aos videntes. Telefones e interfones, além de campainhas e alarmes adaptados aos deficientes auditivos inexistiam nas unidades avaliadas. Estas são apenas algumas das situações identificadas nas avaliações e que foram estudadas quando do desenvolvimento dos projetos. Para este trabalho, os alunos selecionaram dois tipos de unidades: a standart e outra maior e com mais serviços identificada como “luxo” com espaços que se adéquam a um cliente diferenciado. Para os dois projetos de design, os alunos adaptaram os espaços internos existentes para pessoas com deficiência funcional motora, auditiva e visual priorizando o uso de mobiliários e equipamentos existentes no mercado brasileiro.

Conceito

O desafio do projeto foi construir dois dormitórios (um standart e outro luxo) cuja ambientação clássica, sóbria e com uso
de materiais nobres atenda às necessidades de clientes com deficiências visual, auditiva e motora com o conforto, aconchego e elegância esperados de um hotel. Os dois dormitórios foram revestidos com papel de parede em estampa floral, Roda Meio em MDF com acabamento na cor branca, carpete com estampa miúda e moldura nas paredes em estilo clássico. Piso, paredes e bancadas dos dois banheiros foram revestidos em mármore Niwala Yellow.


Apartamentos: standart e luxo

Com cerca de 34m² o dormitório standart (banheiro:1.60 m x 3.40 m – dormitório: 6.00 m x 3.80 m e closet: 2.60 m x 1.65 m) passou por uma reformulação de seus espaços. Para atender clientes com deficiência funcional motora, o projeto definiu os ambientes (local para dormir, comer ou trabalhar, vestir-se, ler, assistir TV, descansar, área de closet e banheiro), sua localização e distribuição nas dependências do dormitório para posteriormente identificar as manobras da cadeira de rodas, muletas e andador (os acessos, as circulações com ou sem deslocamento, as transferências e o estacionamento). A partir daí, foram dimensionadas as portas e os corredores de circulação. Para o tipo standart, as duas camas de solteiro utilizadas tem alturas compatíveis para transferência e seu estrado é motorizado permitindo movimento anatômico, articulado e duplo (cabeceira e pés). A área de leitura (que também serve como área para troca de roupas) posiciona-se ao lado de uma das camas e é composta por uma poltrona chaise longue motorizada com movimento também articulado e duplo. O uso do suporte articulado para a TV com movimentos laterais (cerca de 45°) e inclinação de até 15° permite que o cliente assista seus programas favoritos confortavelmente a partir de vários ambientes. Para o apartamento do tipo Luxo (cerca de 36 m², banheiro – 1.80 m x 3.40 m; dormitório – 6.00 m x 4.20 m; closet – 2.60 m x 1.85 m), as duas camas de solteiro foram juntadas e o criado mudo transferido para uma das laterais. A chaise longue foi substituída por um Puff que também atende à troca de roupa. Para a leitura, o usuário poderá utilizar as poltronas (sem braço) da pequena sala de estar.

Para o local de trabalho e alimentação, foi construído um móvel com altura e dimensões para o alcance manual de atividades por tempo prolongado além da aproximação frontal de um cliente em cadeira de rodas. Para maior conforto de todos os clientes, todas as tomadas foram alocadas em frente à bancada ou com altura mínima de 0.90 m. Em uma das laterais, foi previsto um tampo extensível que permite melhor distribuição tanto dos objetos e equipamentos do cliente quanto do conjunto de folders e demais amenidades disponibilizadas pelo hotel.

O closet foi totalmente adaptado. Gaveiteiros, sapateiros e local para a guarda de malas foram colocados prevendo a aproximação lateral de uma cadeira de rodas. Apesar da instalação em pontos mais altos, os cabideiros são basculantes e o varão tem altura compatível para o alcance manual lateral. Tanto o frigobar quanto o cofre encontram-se na área de alcance manual ou ainda entre 0.45 e 1.40 m a partir do chão. A profundidade do armário atende o alcance manual lateral sem esforço.

As adaptações realizadas para os deficientes visuais (cegos e baixa visão) priorizaram a comunicação das informações e também a iluminação do ambiente. Luminárias, lustres e arandelas tem foco de luz direcionado para a realização das tarefas previstas em cada ambiente do quarto. Destacam-se a iluminação do rodapé em fita de led e também com spots que permitem a circulação à noite com segurnaça sem acender luzes. Folders, avisos, comunicados, cardápios, sacos plásticos de lavanderia ou ainda o conjunto de amenidades que se encontram sobre a mesa de trabalho ou bancada de banheiro deverão ser identificadas em Braille e nos idiomas praticados pelo serviço de hospedagem do hotel. O mesmo ocorre com o atendimento dos requisitos de segurança tais como mapas táteis indicando as rotas de fuga em situações de incêncio e demais informativos que foram fixados atrás da porta do apartamento em altura compatível para a leitura de uma pessoa em cadeira de rodas.

Para os deficientes auditivos, as adaptações necessárias referem-se à substituição das informações sonoras por sinais luminosos e vibratórios. Nas camas, o criado mudo apoia um telefone adaptado (sinal de luz para toque, modo vibratório associado, tela para digitação e leitura das informações) e um relógio-despertador com sinal vibratório. Foram colocadas no teto (do quarto, área de closet e banheiro) campainhas com sinal de luz.

O banheiro

Com o objetivo de atender pessoas com diferentes estaturas e mobilidades, a cuba, os apoios para os braços tanto na cadeira de banho quanto no vaso sanitário foram conectados a um sistema de barras de parede que se ajustam horizontal e verticalmente de acordo com as especificidades de cada cliente. O sifão utilizado é articulado e flexível garantindo segurança. Os misturadores encontram-se em frente à bancada de mármore, garantindo maior conforto no uso. A temperatura da água está identificada em Braille. O espelho que cobre toda a parede está inclinado a 10° facilitando a visualização de quem se encontra sentado. O vaso é suspenso com altura igualada à cadeira de rodas. O mesmo ocorre com a cadeira de banho que se encontra no box. Para os dois casos, os braços laterais são articulados e também ajustáveis e servem de apoio para os movimentos de transferência do usuário. Os trilhos das portas de vidro blindadas foram embutidos no piso facilitando o ingresso, se necessário, de cadeira de rodas. Uma ducha higiênica foi instalada ao lado do vaso sanitário em substituição ao bidê ampliando e facilitando a circulação e as manobras da cadeira de rodas. O banheiro recebeu interfone com tela para leitura e digitação de textos e sinal vibratório para campainha. Para a suíte Luxo, a cadeira de banho foi substituída por uma banheira que é motorizada e apresenta uma porta lateral deslizante que permite a transferência lateral para o assento embutido. Os dois banheiros tem na área do box, tanto um chuveiro de parede como também uma ducha para banho. Tomadas e barras de apoio encontram-se em alturas compatíveis para uma pessoa sentada, ou ainda, acima da bancada da cuba. O mesmo ocorre com a disposição de  toalhas, roupões, secadores de cabelo, porta shampoo, saboneteiras e demais amenidades oferecidas pelo hotel.

Cão-guia

Para os dois apartamentos, foi criado um ambiente para a permanência e descanso de cão-guia. Trata-se de um futon forrado com tecido lavável e impermeabilizado. Ao lado da cama do animal, o hotel oferece como parte do pacote de amenidades, louça adequada para alimentação do leal companheiro.


ilustração 1 e 2: apto standart

Ilustrações do apartamento luxo

Ficha Técnica com especificações de produtos e empresas

Revista Casa: Projeto & Estilo – Loft acessível

O estudo da teoria, dos princípios e métodos de projeto associados ao entendimento das interações entre seres humanos ao meio em que vivem e que visam otimizar o bem-estar humano e o seu desempenho de toda a gama de ações nas distintas atividades da vida sempre foi princípio de projeto para todos os profissionais envolvidos com criação, produção e projeto em especial, arquitetos e designers. Projetamos para atender as necessidades de desenvolvimento do ser humano contribuindo para a construção de objetos e lugares compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas viando à eficiência, eficácia e satisfação. Acessibilidade, portanto foi, é e sempre será premissa de projeto. Os cursos de graduação nestas áreas constroem seus projetos político-pedagógicos a partir das diretrizes curriculares nacionais que estão inseridas em políticas públicas educacionais de âmbito federal (MEC).  Os conteúdos vinculados à velha ergonomia são obrigatórios e encontram-se distribuídos em disciplinas de projeto da edificação, urbanismo, paisagismo, tecnologias e desgin entre outros. A grande novidade encontra-se na lufada de ar fresco que proporciona a revista Casa: Projeto & Estilo sobre o debate da equidade no acesso às condições de auto-realização por meio da liberdade que ambientes confortavelmente construídos podem proporcionar aos usuários com ou sem deficiências. Considero uma atitude corajosa e também pioneira. Corajosa por abrir espaço para a apresentação de projetos acessíveis em um mercado editorial onde o belo associado ao inatingível mundo da perfeição impera. Para além do desenho universal que atende pessoas como eu e você leitor, a revista insere em suas páginas espaços que incorporam tecnologias assistivas que proporcionam ou ainda ampliam habilidades funcionais de clientes com deficiências distintas colaborando na viabilização de demandas comumente solicitadas em ambientes domésticos e sociais com estilo, elegância e conforto. Por fim pioneira, pois pretende ampliar a discussão ouvindo o que tem a dizer por meio de projetos nossos jovens e futuros profissionais. Oxalá a atitude da Ciranda Cultural Editora se amplie, espalhe e frutifique país afora disseminando boas práticas de projeto! Parabéns!

Alunas:

Camila Bueno de Freitas (camilabuenodesign@gmail.com)
Carolina Aratani (carolinaaratani@gmail.com)
Leticia Herbas (leticia.herbas@hotmail.com)
Tamiris Herculano Godoy (tamirisherculanogodoy@gmail.com)

Professor: Drª Helena Degreas
Disciplina: Acessibilidade Universal
Curso: Design de Interiores
Centro Universitário FIAMFAAM

O Cliente

Diretor comercial de uma multinacional com sede na França, nosso cliente divide seu tempo entre reuniões de negócios, viagens e a administração de duas residências: uma em São Paulo e outra em Paris. Com cerca de trinta e poucos anos, é solteiro, financeiramente estável e divide o escasso tempo ocioso que tem de duas formas: na companhia de colegas de trabalho que, na condição de enólogos amadores como ele, apreciam um bom vinho e, também, jogando voleibol, esporte que praticou no final da adolescência representando o Brasil nas paraolimpíadas como paraplégico.

O Conceito

O projeto foi idealizado com o objetivo de viabilizar com eficiência e eficácia a realização das tarefas cotidianas de um ambiente doméstico atendendo às especificidades de um cliente com habilidades funcionais motoras reduzidas, associando autonomia no acesso aos espaços, conforto no uso dos mobiliários, facilidade de manutenção e estética compatível com o repertório sóbrio, elegante e cosmopolita do cliente.

A arquitetura

O loft não precisou sofrer alterações drásticas, pois apenas a área do banheiro apresentava paredes. Fluidez, integração física e visual marcaram a concepção dos ambientes propostos. Foram estudados e descritos todos os movimentos e atividades que serão realizados pelo cliente em cada um dos espaços previstos. Em paralelo, os acessos, a circulação, as manobras, as áreas de estacionamento e a formas de transferência da cadeira de rodas para os mobiliários tais como camas, cadeiras, poltronas e sofás foram analisados gerando áreas com as dimensões adequadas ao uso do cliente com conforto.

Ambientes propostos para o loft

Cozinha

Prática e funcional, a cozinha foi divida em setores. O projeto priorizou as manobras e o acesso às áreas previstas, a forma mais adequada de aproximação da cadeira para a realização de cada atividade e as alturas dos equipamentos, gaveteiros e bancadas de apoio. A área de circulação interna da cozinha permite um giro de 360º (garantido por largura e comprimento superior a 1,50 m), viabilizando manobras sem deslocamento. O uso da pia, da bancada de preparo, do fogão com micro-ondas e o acionamento da elegante coifa de parede foram previstos com aproximação frontal, portanto, livre de barreiras e encontram-se a 0,85 m do chão. Ao lado da pia, garantindo alcance manual frontal, foi colocada uma torneira em arco flexível e ducha spray facilitando os movimentos quando da lavagem de utensílios e alimentos. O sifão da pia, articulado e flexível, foi posicionado junto à parede com o objetivo de evitar o contato com a cadeira e as pernas. Em frente ao cooktop elétrico com mesa vitrocerâmica em cor preta que encontra-se sobre a bancada, está posicionada a coifa de parede em aço inox. Os dois apresentam tecnologia touch que facilita o manuseio e permitem alcance manual frontal de 0,50 m. No setor de estoque a 0,40 m do chão, foi colocado um gaveteiro refrigerado em aço inox e um armário com abertura frontal de correr para a guarda de alimentos secos cuja aproximação é lateral. Sobre os dois e, a 1, 15 de altura, fica uma bancada que além de dar acabamento adequado aos equipamentos embutidos, serve de apoio para objetos diversos de decoração ou ainda para cafeteira elétrica, processadores de alimentos, entre outros. Do lado oposto, a bancada tem utilidade dos dois lados: na parte interna à cozinha e com aproximação lateral (profundidade de alcance manual lateral de 0,40 m) foram embutidos a máquina de lavar louças e um gaveteiro para a guarda de utensílios e talheres cujo fundo está a 0,40 m do chão e altura de 0,85 m. Do lado da sala, a bancada em vidro serve de apoio às refeições e tem espaço para duas poltrona giratórias e uma cadeira de rodas com aproximação frontal e alcance manual com profundidade de 0,50 m. Tomadas de chão encontram-se posicionadas a 0,60m de altura e tomadas de pia encontram-se a 1.10 m de altura.

Banheiro

O acesso se dá por uma porta de 0.90 m de vão. A área do banheiro permite um giro de 360º viabilizando manobras sem deslocamento e acesso aos ambientes propostos. A pia foi projetada prevendo uma cuba fixa com altura de 0,85 m. A torneira inclinada em aço inox tem design contemporâneo e parece uma escultura. Seus misturadores foram colocados em frente à bancada do lado direito (o cliente é destro) facilitando o manuseio. O sifão articulado é flexível e está posicionado junto à parede permitindo aproximação frontal com segurança. Em frente e inclinado a 10º, foi posicionado um espelho que toma toda a parede permitindo a visão do usuário em sua totalidade. De um dos lados e, com aproximação lateral para transferência e previsão de área de estacionamento da cadeira de rodas, encontra-se o box onde foi embutido um chuveiro quadrado com luz e fixada na parede uma cadeira de banho com braços móveis. Do lado oposto, foi colocada uma banheira com hidromassagem. A aproximação é lateral e a transferência é viabilizada pela altura do assento e pela porta deslizante (sobe e desce) que permite entrada e saída com facilidade. Os misturadores estão próximos à parede e com alcance manual lateral distante cerca de 0,20 m. O vaso sanitário suspenso a 0.46 m tem altura igualada à da cadeira de rodas e em sua lateral tem um braço móvel. Na outra bancada da pia, foi prevista aproximação lateral pois sob esse espaço, foi colocada uma máquina de lavar e secar roupas compacta cuja abertura é frontal. Ao seu lado, um gaveteiro para a guarda de roupas usadas.

Dormitório e Closet

O conceito de loft permeou todo o projeto, resultando na integração do dormitório à área do closet facilitando a circulação e as manobras realizadas para o deslocamento da cadeira de rodas. Os dois espaços vazios posicionados ao lado da cama motorizada viabilizam o posicionamento lateral da cadeira de rodas e a transferência. Ajustes de tensão, controle individual das posições e massageador proporcionam relaxamento ao morador quando estiver sentado, recostado ou mesmo deitado. Luminárias com foco dirigido ao lado da cama foram alocadas atendendo aos alcances manuais laterais do cliente. Cama e cadeira apresentam a mesma altura gerando conforto e segurança na transferência. Em frente à cama, um painel drywall foi posicionado. No centro e numa altura adequada ao alcance visual do usuário posicionado sobre a cama, foi colocado um aparelho de TV LED de 55” fixado em painel giratório que atende aos dois ambientes; quarto e sala. Com o objetivo de gerar praticidade e conforto para o manuseio de objetos, roupas e acessórios, os armários do closet tem os gaveteiros e demais componentes com alturas variáveis entre 0,40 m e 1,40 m e previsão de aproximação lateral. O espelho do teto ao chão foi colocado com porta única de correr no closet. Iluminação embutida nos armários facilita na visualização interna. A profundidade dos armários é de 0,60 m. Para viabilizar o alcance manual lateral do usuário ( que é de 0,43 m), as prateleiras são deslizantes permitindo acesso inclusive às áreas mais profundas. Os cabideiros são basculantes e mesmo instalados em pontos mais altos, são acessados pelo varão que, mais longo, é puxado para baixo permitindo a descida por inteiro. Com o objetivo de viabilizar a troca de roupas fora da cadeira de rodas, foi colocado um recamier com apenas um encosto lateral.

Sala

As circulações entre a cozinha e a sala são largas, livres de fios, objetos e os móveis apresentam cantos arredondados. Com o objetivo de dar um toque mais acolhedor ao ambiente da sala de estar, o piso de madeira corrida recebeu um recorte que serviu para embutir e fixar um tapete evitando com isso desníveis que poderiam causar acidentes durante a circulação e manobras da cadeira de rodas. Os sofás e as cadeiras Swan que ficam em frente à bancada de refeições tem altura de 0,46 m e atendem tanto à bancada de refeições quanto a sala permitindo integração maior entre os amigos apreciadores de bons vinhos. Em frente à área de estar, encontra-se um aparador com acabamento em laca branca e detalhes em pastilhas de côco resinado com 0,90 m, altura suficiente para encaixar uma adega climatizada que comporta 40 garrafas. Ao lado, dois puffs com acabamento em couro ecológico e pés de madeira embuia na cor branca completam o ambiente.

Varanda

Os módulos que compõem o ambiente de estar na varanda tem espuma de alta densidade e altura nivelada à cadeira de rodas. A aproximação para transferência é lateral e poderá ocorrer a partir do estacionamento da cadeira de rodas ao lado dos sofas. O acesso para a pia e para o setor de apoio para preparo e limpeza de alimentos será frontal. Quanto à área de gaveteiros e uso da churrasqueira, o acesso da cadeira de rodas será lateral.

 

Acessibilidade Universal: projetos de alunos 2012

Estes projetos mostram o resultado de um semestre de exercícios e trabalhos desenvolvidos pelos alunos da disciplina de Acessibilidade Universal do curso de Design de Interiores do Centro Universitário FIAMFAAM. Com quarenta horas, a disciplina aborda temas vinculados aos direitos humanos, conceitos diversos vinculados ao tema, desenho universal, deficiências funcionais e tecnologias assistivas associando-os à ergonomia do ambiente e dos objetos contextualizando as discussões, seminários e projetos nas linguagens e estéticas contemporâneas. Os objetos utilizados pelos alunos são vendidos em lojas e empresas em muitos casos, não especializados em tecnologias assistivas. Esta situação demonstra que, com a compreensão das medidas, comportamentos e necessidades de clientes com deficiências funcionais, designer são capazes de compor ambientes funcionais que também atendem aos padrões estéticos mais refinados.

No início do semestre, nossos alunos foram convidados a criar um programa de atividades para um cliente especial. Trata-se de um apartamento cuja planta é bastante grande e deve atender a uma casal com dois filhos. Ela jornalista renomada de uma rede de TV, é paraplégica e deseja poder percorrer todos os ambientes da casa sem restrições e gozando de autonomia e liberdade de uso. Para a viabilização dos projetos, todos os comportamentos, movimentos e usos dos ambientes foram estudados. Os movimentos da cadeira de rodas, suas manobras e estacionamentos foram previstos em cada cômodo, ambiente e situação incluindo todos os locais da casa viabilizando uso e transferência quando necessário.

Estes são alguns dos trabalhos encaminhados pelos alunos. Os objetos utilizados e empresas encontram-se nas fichas técnicas que estão nos links abaixo das fotos.

Projeto:
Camila Bueno, Tamiris Herculano e Thatiane Pinheiro
Proposta completa

Projeto:
Caroline Almeida, Cássia Sybille, Margarete Brito, Nadia Padilla

Proposta completa

Projeto :
Ana Paula Lopes Dias, Marina Moreira, Will Guimarães

Projeto Completo

Projeto:
Carolina Mayumi, Michele Soaino, Rafaela Perton

Projeto completo

Projeto
Antônia Régia, Maiara Oliveira, Maria Adenice, Rosilene Alves
Projeto :
Amanda Domiciano , Nathalia Toral e Leticia Herbas.

Projetos de turmas anteriores 2010 2

Casa: Projeto & Estilo – Espaço Universitário (março 2011)

16 de Março
“…Universitários talentosos merecem espaço e reconhecimento. Está nas mãos e nas mentes brilhantes criativas de VOCÊS o nosso futuro INCLUSIVO com DESIGN e BELEZA. São os únicos que poderão mudar a arquitetura brasileira para que ela seja totalmente inclusiva e bela. Criamos este “Espaço Universitário” para incentivá-los e estamos muito felizes com estes primeiros resultados. PARABÉNS!!!! Universidades Belas Artes SP, FMU e FAU UFRJ—com Flávia Bueno e Kim Brandão”  (texto retirado da página da revista Casa: Projeto é Estilo no facebook)
Gostaria de agradecer a oportunidade dada aos alunos da disciplina Acessibilidade Universal do curso de Design de Interiores do Complexo Universitário FMU de participar do Espaço Universitário na revista Casa: Projeto e Estilo.
Trata-se de uma das raríssimas oportunidades em que alunos ainda em processo de formação tem a oportunidade de expressar suas idéias livremente e apresentar aos leitores boas ideias que podem colaborar na mudança de cultura, comportamentos e ações frente aos desafios da inclusão da pessoa com deficiência funcional no Brasil. Parabéns aos editores da revista e a todos os orientadores e alunos participantes !
Alunos:
Como sou professora da disciplina, deixarei aqui alguns dos materiais que serviram de pesquisa para o desenvolvimento da proposta. Obrigada alunos!

Conceito

Trata-se de um casal com cerca de 30 e poucos anos, sem filhos e financeiramente estável e que acaba de adquirir um novo imóvel. Ela é artista plástica e ele profissional da área de comunicação e marketing. Os dois gostam de receber amigos e tem por hobby viajar e frequentar exposições e eventos vinculados à área de arte, cinema e design. Um acidente durante o trabalho afetou algumas das habilidades funcionais motoras do marido levando-o a utilizar uma cadeira de rodas. Foi solicitada a readequação do projeto de design para atender à nova realidade, viabilizando o desempenho das mesmas atividades com independência, qualidade, conforto e bem-estar. Serão apresentados aqui três dos ambientes – quarto do casal, banheiro e closet que além de bonitos e de linguagem contemporânea, atendem ao programa de atividades do casal incorporando com elegância algumas tecnologias acessíveis existentes no mercado brasileiro e no exterior.

O closet

Para atender às necessidades do casal, o closet ficou aberto, sem portas e foi separado em dois setores: o maior deles localizado em duas das paredes foi dedicado à imensa quantidade de roupas, acessórios, objetos e sapatos da senhora. A parede restante foi dedicada ao senhor e nela, para facilitar a visualização e manuseio, foram criadas separações com alturas diferenciadas cujo alcance manual varia entre 0.40 m e 1.40m e onde estão distribuídos prateleiras, gavetas, porta objetos, porta gravatas, porta lenços e cintos além das sapateiras, calceiros e camiseiros. Os cabideiros são basculantes e podem ser instalados em pontos mais altos, pois o varão é puxado para baixo permitindo a descida por inteiro. Em um dos lados, após determinação da forma de aproximação e movimento foi colocado um grande pufe que facilita a troca de roupas e sapatos. Para viabilizar a transferência com mais conforto, o móvel foi suspenso em cerca de 10 cm alinhando-o à altura da cadeira de rodas destacando-se juntamente com o lustre na composição do ambiente. O espelho do teto ao chão facilita a visualização do look e reflete o elegante papel de parede. Iluminação embutida nos armários facilita na visualização interna.

Dormitório

Para a elaboração do layout, o primeiro passo foi determinar a localização dos ambientes solicitados pelo casal juntamente com a circulação e as manobras que seriam realizadas para o deslocamento da cadeira de rodas. Encontrada a posição adequada da cama de casal e do aconchegante ambiente para leitura, conversas e café, foram estudadas as manobras de aproximação e transferência da cadeira para a cama motorizada e da cadeira para a poltrona de massagem robótica esmeralda bege. Mesa de apoio e luminária foram alocadas atendendo aos alcances manuais laterais do cliente. A cama do casal tem reguladores para ajuste de tensão, controle individual de posições além de massageador proporcionando bem estar ao usuário.  Para facilitar a transferência, a cama foi elevada em cerca de 0.10 cm do piso chegando à mesma altura da cadeira. Em frente à cama afixada à parede, foi colocada uma tela especial de projeção em vidro adequando-se à decoração e aliando alta-qualidade, tecnologia e design ao ambiente.

Banheiro do casal

Para que o casal possa dividir o banheiro da suíte com conforto, a bancada da pia foi projetada prevendo duas cubas: uma fixa e a outra utilizando um sistema de trilhos que permite o ajuste à altura da cadeira de rodas. O sifão articulado é flexível e seu posicionamento junto à parede permite o acesso frontal com segurança. Para maior comodidade do usuário, os misturadores do lavatório encontram-se em frente à bancada da pia, facilitando a movimentação para uso.  Em frente, o espelho que toma toda a parede, está inclinado a 10 graus permitindo a vista do usuário em sua totalidade. No Box foi colocada uma cadeira de banho com braços ajustáveis por meio de um sistema de trilhos. Com hidromassagem, a banheira selecionada proporciona um banho relaxante também para o marido. A aproximação é lateral e a transferência viabilizada pela altura do assento e pela porta deslizante que permite entrada e saída com facilidade.  O vaso sanitário suspenso a 0.46 m tem altura igualada à da cadeira de rodas.

Dicas Profissionais

– Lembre-se de que as circulações devem permitir uma passagem livre de obstáculos e, portanto, segura para os deslocamentos entre os ambientes de um mesmo local. Fios, objetos, tapetes e cantos de móveis devem ser evitados. Corredores confortáveis para usuários de cadeiras de rodas têm no mínimo 0.90 cm de largura. Para o vão das portas, o mínimo é de 0.80 cm para passagem.

– Outra sugestão que garante o conforto e o bem estar do usuário de cadeira de rodas refere-se à qualidade dos deslocamentos e das manobras realizadas. Da mesma forma que um carrinho de bebê, bicicleta, automóvel precisa de espaço adequado para poder fazer giros e manobras, o desenho dessas circulações também precisa ser pensado, pois de nada adianta prever o local para a permanência da cadeira estacionada se o usuário não consegue chegar até lá. Assim, giros completos devem ter 1.50 m de diâmetro para viabilizar uma volta inteira no ambiente. Dependendo do caso, as rotações ocupam 1.20 m x 1.50 m para meia volta e 1.20 m por 1.20 m para girar à esquerda ou à direita por exemplo. Uma circulação confortável, dependendo do modelo da cadeira, precisa de uma largura de 0.80 m.

– Tapetes e carpetes podem ser utilizados na decoração desde que sejam “embutidos” no piso evitando um desnível que pode gerar acidentes ou dificuldade na locomoção da cadeira de rodas. O segredo está em criar uma espécie de recorte no piso na altura exata do tapete ou carpete fixando-o no chão. Essa atitude além de evitar tropeços e quedas, também facilita a circulação sobre rodas.

– Procure sempre utilizar pisos antiderrapantes em ambientes como banheiros, lavabos, cozinhas, lavanderias, garagens e áreas externas. Essa atitude evita escorregamentos em ambientes molhados ou em dias de chuva.

– Procure utilizar sofás, cadeiras, poltronas, camas e assentos que tenham pelo menos 0.46 m. Isso significa que móveis com altura semelhante à da cadeira de rodas dão mais conforto, liberdade e bem-estar ao usuário facilitando a transferência. Como os móveis existentes no mercado não chegam a essa altura, sugere-se que a situação seja corrigida com calços ou ainda elevações que devem ajustar o móvel ou os objetos à altura da cadeira de rodas. Embora não seja a situação ideal, ela permite a compra de produtos disponíveis em qualquer loja.

– Situações confortáveis para manuseio de objetos, roupas e acessórios em espaços destinados a armários e closets podem ter, dependendo da profundidade, alturas variáveis entre 0.40 m e 1.40 m do piso. A altura mínima também pode servir para as tomadas de chão. Isso significa que gaveteiros e demais componentes de armários (cozinhas, dormitórios, banheiros, lavanderias e closets) devem estar nestas alturas para que o usuário de cadeira de rodas possa encostar lateralmente e pegar ou guardar os objetos e roupas sem necessitar da ajuda de outras pessoas da casa.

– Pias, mesas e bancadas em geral podem ter alturas entre 0.75 m e 85 m lembrando sempre que o vão entre chão e a parte debaixo da mesa precisa ter altura livre de qualquer obstáculo (como gavetas, sifão entre outros) de 0.73 m para evitar batidas e machucados para o usuário de cadeira de rodas.

Ficha Técnica

Closet

Armários
Em MDF liso branco 25mm, laqueado, feito sob medida para o ambiente e para atender as necessidades específicas do casal.

Tinta
Suvinil Acrilico Antibactéria na cor of-white Casamento  – A201

Papel de parede
Bucalo: Linha Alta Gamma Sempre

Iluminação
PLAFON Embutido MF175 Metal Técnica

Lustre
Dominici : Bouquet

Pisos
Carpete Tabacow Art Nylon White

Acessórios
O Cabideiro Basculante foi desenvolvido para ser instalado em armários altos. Com ajuda do varão, basta puxar para baixo e o cabideiro desce por inteiro.

Suporte para cintos

Suporte para Lenços

Suporte para gravatas

Porta Jóias para gaveta

Porta objetos

Móveis
Puff Barcelona Artefacto

Dormitório do Casal

Cama Motorizada Melody

Cortina
Cortinas e cia: Cortina de Voil prega macho – cor branco

Parede
Suvinil: Cor Miragem (paleta dos marrons e neutros)

Rodapé  em gesso

Carpetes
Carpete Tabacow Art Nylon White

Nichos de gesso

POLTRONA NEW WOLF

Cadeira de Massagem Robótica Esmeralda – Bege

Parede – Papel de Parede Bucalo 

Double screen

Luminária circular, com anel de arremate em alumínio tratado e pintado por processo eletrostático

Beat Light é uma das coleções de luminárias do designer Tom Dixon. É composta por quatro modelos diferentes de pendentes, produzidos artesanalmente por meio de técnicas tradicionais de artesãos indianos. O interior das luminárias é feito de latão envelhecido, com superfície desigual, contrastando com a patina preta no exterior. Uma boa sugestão é montar conjuntos com as luminárias da coleção, organizando-as em diferentes alturas. Assim, se obtêm um ambiente agradável, descontraído e com iluminação inovadora. 4 modelos: wide (h=16 ø=36cm), fat (h=30 ø=24cm), tall (h=36 ø=19cm) e stout (h=50 ø=52cm)

MESA LATERAL BRASILIA

Banheiro

Cadeira de banho

Imperador Light stone

Revestimento de madeira  de demolição em relevo

Porcelanato Tokio Warm 45×45 Cx. 1,58m² – Ref: 21125e  –  Portobello

Bacia Convencional Suspensa Link Branco Gelo P232  –  Deca   Cód: 880426

Lavatórios – Deca

Luminária circular, com anel de arremate em alumínio tratado e pintado por processo eletrostático nas cores branca, preta, ou padrão Lumini. Refletor em alumínio anodizado. Controle antiofuscamento através do próprio refletor. E 003V – Código para visor em translúcido

Sistema de trilhos para pia – ProfiloSmart

Através de Suportes reguláveis é possível deixar a prateleira na altura desejada.

Banheira Kohler

Ducha Lorenzetti S.A

Se quiser ver mais publicações sobre o assunto, clique aqui.

Espaço Universitário (Casa: Projeto & Estilo 17): projeto de um lavabo para deficiente motor

A proposta apresentada para a revista Casa: Projeto & Estilo foi idealizada como parte da disciplina Acessibilidade Universal ministrada por mim para o curso de Design de Interiores do Centro Universitário FIAMFAAM em dezembro de 2011. A disciplina tem por objetivo discutir conceitos diversos que abordam desde assuntos vinculados aos Direitos Humanos, dignidade, inclusão, deficiência, habilidades funcionais (entre outros) associando-os ao desenho universal e também às tecnologias assistivas  que viabilizam a realização das atividades (sociais, de trabalho e familiares) cotidianas da pessoa com deficiência. A inclusão se dá, para este caso, por meio do projeto e do uso de tecnologias assistivas que atendem ao uso de uma pessoa com habilidades funcionais motoras prejudicadas.

A reforma da residência previa a readequação de circulações, acessos e ambientes para atender ao cliente dependente de cadeira de rodas para locomoção. O espaço do lavabo foi desenvolvido a partir da análise detalhada de todas as manobras da cadeira de rodas e também dos movimentos do cliente para uso do local com independência. Num segundo momento, a linguagem do projeto adotada em todos os ambientes da casa foi utilizada também no lavabo. À seleção do conceito, cores, matérias e texturas foi incorporado um conjunto de revestimentos, peças sanitárias, iluminação dentre outros que encontram-se melhor detalhadas na Ficha Técnica.

O Conceito

Lavabo para um casal contemporâneo

O lavabo que será utilizado por todos os membros da casa e convidados, ganhou além da segurança proporcionada pelos materiais, acabamentos nobres e elegantes que mantém o estilo contemporâneo adotado para a casa. Os proprietários são um jovem casal (ele escritor paraplégico após um acidente e ela designer) com dois filhos que adoram receber convidados para jantares e finais de semana.  Para adequar o espaço a um deficiente motor, o lavabo passou por reformas que ampliaram largura e comprimento do local permitindo o giro completo e confortável de uma cadeira de rodas (1.50m/raio) viabilizado pela manobra sem deslocamento. Ao acabamento em laminado de madeira branca (com frisos) do rodapé contrapõem-se às placas de porcelanato cinza antiderrapante do piso e combina com a tonalidade clara da cuba especialmente esculpida em pedra Limestone. O sifão articulado e flexível sob a pia associado ao misturador monocomando facilitam o uso do escritor. O espelho inclinado a 10 graus da parede permite acesso visual pleno a quem se encontra em pé ou sentado. O vaso sanitário que se encontra a 0.46cm de altura atende confortavelmente a todos incluindo a transferência da cadeira de rodas para o sanitário. Nas laterais, foi incorporado um sistema de barras com regulagem de altura e posição conferindo segurança aos usuários. A lixeira é automática e está localizada entre a bancada e o vaso assegurando a aproximação lateral da cadeira pelo outro lado. A papeleira foi colocada a uma altura compatível ao alcance manual lateral respeitando relação entre altura e profundidade para quem estiver sentado. A válvula de descarga sofreu uma adaptação que permite uso diferenciado. O toque de elegância se dá pelo revestimento de papel em estilo floral com detalhes metalizados que ficam mais evidentes coma iluminação diferenciada dada pela alternância dos spots que encontram-se no forro com as arandelas que estão ao lado do grande espelho e evitam o ofuscamento.


Alunos: Alessandra França e Rodrigo Colombo

Ficha Técnica

Acabamento para válvula de descarga Pressmatic Benefit Chrome
Fornecedor: Docol

Barra de apoio de 80 cm
Fornecedor:Docol

Misturador monocomando para lavatório mesa Nexus
Fornecedor: Docol

Papeleira linha Polaris chrome
Fornecedor: Docol

Lixeira automática – inox
Fornecedor: Assentos sanitários & acessibilidade

Bacia convencional LK suspensa
Assento poliéster AP 230 Fornecedor: Deca

Ligação Flexível
Fornecedor: Deca

Sifão articulado
Fornecedor: Deca

Papel de parede coleção Tuxedo
(PG 7 – SW29194) Fornecedor: Bucalo

Papel de parede  coleção Jeff Banks Design
Fornecedor: Bucalo

Bancada de Limestone pedra Blanca com cuba esculpida
Fornecedor: Marmotec

Piso: Spazio Grigio AP – Porcelanato anti derrapante
Fornecedor: Biancogres

Sistema de barras de parede com ajuste horizontal e vertical
Fornecedor: Arco sinalização universal

Porta padrão lisa  e Puxador tubular em inox
Fornecedor: Portello

Luminária embutida orientavel focus
Fornecedor: Lumini

Arandela mini tab 
Fornecedor: Lumini

Rodapé em MDF primer branco com 2 frisos
Fornecedor: Madelânima

Tinta acrílica branco neve
Fornecedor: Suvinil